O que aconteceu de mais importante no mercado da soja na última semana e o que esperar para um futuro próximo? Análise da plataforma Grão Direto fornece as pistas. Acompanhe:
O que aconteceu de importante
Exportações brasileiras: de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o ritmo de exportação de soja no Brasil segue aquecido. O país sustenta um ritmo de embarque diário 22% superior ao ano passado.
Safra norte-americana: conforme pontuado nas análises desde o início da safra, as lavouras norte-americanas seguem surpreendendo pelas condições satisfatórias de desenvolvimento. De acordo com o último levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com dados até 14 de julho, 68% estavam entre boas e excelentes condições, 24% em situação regular e 8% em condições entre ruins e muito ruins.
Relatório USDA: divulgado no último dia 12, o relatório apontou para área plantada, estoques finais e produção inferior nos Estados Unidos. No Brasil, nada muda, exceto os estoques, reduzidos em pouco menos de 1 milhão de toneladas.
Bolsa e câmbio: na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato de soja para agosto de 2024 despencou a U$11,03 o bushel (-5,57%). No mercado físico brasileiro, movimentos negativos seguiram a referência internacional. Cenário reforçado pelo dólar, que deu um respiro e recuou 0,55%, para R$5,43. O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou pessimista e recuou 5,04%, a U$10,92 o bushel.
O que esperar do mercado da soja?
Produtores podem ser beneficiados: a Petrobras recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para comercializar combustível marítimo com até 24% de biodiesel, o que deve aumentar significativamente a demanda interna por óleo de soja, dado que navios consomem cerca de 4% dos combustíveis fósseis globais. Isso tende a fortalecer os prêmios da soja no médio prazo, beneficiando os produtores rurais brasileiros, especialmente em um momento em que grandes volumes de exportação já têm ajudado a sustentar os preços no mercado interno, mesmo com recentes e extremamente consideráveis quedas nas cotações da CBOT.
Condições de lavoura nos EUA: o foco em Chicago está nas condições climáticas dos Estados Unidos. As lavouras de soja em Iowa e Illinois, os maiores produtores, estão em excelentes condições, com 75% delas em ótimo estado, devido à umidade acumulada no solo. O NOAA prevê temperaturas mais baixas e chuvas esta semana no cinturão agrícola, o que deve aumentar a pressão negativa sobre as cotações em Chicago. Além disso, os fundos especulativos estão vendidos em 17.605 contratos, conforme o último relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC).
Janela de exportação alongada: o mercado estima que ainda há algo entre 35% a 40% da safra brasileira de soja a ser fixada, um volume alto para o momento do ano e que impactará os prêmios. O que motivou uma comercialização mais lenta e tardia foram os atrasos na safra de soja e os baixos preços. Mesmo que quase nos patamares de 2020, esse volume represado fará com que a janela de exportação da oleaginosa se estenda, talvez, até o final do mês de agosto.
“É importante ressaltar que no mês de agosto estaremos próximos do início da colheita nos Estados Unidos, deixando a origem norte-americana mais competitiva”, diz a Grão Direto em nota.
De acordo com a plataforma, diante dos fatores apresentados, é possível que movimentos positivos de correção das cotações sejam vistos ainda este mês, mas provavelmente não nesta semana, que deve seguir na tendência de baixa.