O Brasil pode exportar 80,9 milhões de toneladas de soja em 2020, prevê o diretor da Agroconsult, André Pessôa, durante durante a quinta edição do Circuito Aprosoja/MS, realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul, que neste ano, ocorreu de forma online.
Segundo o analista de mercado e diretor da consultoria, após diversas crises que afetaram o abastecimento de alimentos, a expectativa era que o consumo de soja do país levaria mais tempo para retomar aos patamares históricos.
“A expectativa é de que levaríamos 2 a 3 anos para o mercado chinês retomar o consumo da soja, mas o que vimos é que essa recuperação foi mais rápida. O governo chinês conseguiu reverter, inclusive com importação de animais vivos e, sobretudo, aquela suinocultura tradicional, foi substituída por uma suinocultura moderna, consumindo farelo de soja e milho. Isso nos levou ao novo recorde de importação chinesa de 100 milhões de toneladas de soja para 2021”, diz Pessôa
O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, confirma o avanço a demanda interna brasileira.
“Teremos um aumento desse consumo em Mato Grosso do Sul. Grandes projetos em desenvolvimento, ligados à suinocultura e piscicultura estão avançando, em São Gabriel do Oeste, Rio Verde de MT, Itaporã e Selvíria, além das perspectivas de outros investimentos para consumo do milho, aquecendo a demanda”, afirma.
Já a taxa de câmbio para o próximo ano, de acordo com o relatório do Banco Central, não será a menos de R$ 5 por dólar. “Isso significa que manteremos a desvalorização da moeda brasileira e teremos taxa de juros com a qual nunca convivemos. Vivendo uma situação mais favorável, com juros relativamente baixo”, afirma Pessôa.
Ele destaca que os preços atuais da soja são extraordinários mesmo com uma certa trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos.
“No Porto de Paranaguá chega a passar de R$ 140 e também prêmios, que não chegam a ser recorde, mas mesmo com o arrefecimento da guerra comercial, temos um prêmio significativo, isso mostra alta demanda internacional. O Brasil deve perder pouco de sua competitividade para a soja americana, que deve ser retomada em meados de janeiro de 2021 , completa o líder da Agroconsult.