O ano de 2020 promete entrar para a história da soja como um dos melhores de todos os tempos. Vários recordes positivos quebrados e uma rentabilidade nunca antes vista para os produtores. As exportações talvez sejam um dos poucos ítens que não devem atingir a marca histórica de 2018, mas isso nem chega a ser um problema, pois além de vender tudo que produziu o país ainda diminuiu um pouco a dependência da China em relação à soja.
Com os números de exportações de setembro fechados, o Brasil exportou um total de 4,4 milhões de toneladas de soja em grão no mês. Dos quais 3,5 milhões foram somente para a China. Os números atuais representam uma queda em relação a setembro de 2019 no qual o país embarcou um total de 4,6 milhões de toneladas e a China respondeu por 3,7 milhões de toneladas de soja. Os dados são do Ministério da Economia.
Até aí parece que nada mudou, não é mesmo? Só que ao comparar os dados do acumulado do ano uma leve diferença chama a atenção.
De janeiro a setembro de 2020, o Brasil embarcou para o exterior um total de 79,1 milhões de toneladas do complexo. Desse total 72,8% foram para a China (ou seja 57,8 milhões de toneladas). Pois esse percentual é o menor registrado no país desde 2012, quando os chineses respondiam por 70,8% de toda a soja vendida pelo Brasil.
Para comparação, em 2019, o Brasil vendeu no mesmo intervalo de tempo 60,7 milhões de toneladas para o mundo, dos quais a China respondeu por 75,4%, ou seja 45,8 milhões de toneladas.
- MT: tempo seco assusta e alguns produtores já falam em replantio da soja
- Especial: confira como está o plantio da soja 2020/2021 em todo o Brasil
Em 2018, ano do recorde brasileiro nas exportações de soja, o país havia embarcado entre janeiro e setembro um total de 69,1 milhões de toneladas do complexo soja, dos quais 79,5% foram somente para a China (55 milhões de toneladas).
Isso significa que apesar da expectativa de que iremos um pouco menos soja ao exterior em 2020, já que a projeção é fechar o ano com no máximo 82 milhões de toneladas de soja embarcadas (em 2018 foram 83 milhões de toneladas), o Brasil conseguiu diversificar os compradores.