Os players da soja seguem com foco na finalização do plantio e para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. O clima segue com grande impacto para as cotações na Bolsa de Chicago e a expectativa é para saber se esse movimento irá se repetir.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
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– As atenções do mercado da soja permanecem centralizadas no clima para a finalização do plantio e para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. Paralelamente, os players acompanham os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional, além de continuarem digerindo os números do relatório do USDA de junho;
– Os trabalhos de plantio da nova safra norte-americana entraram na reta final. Com mais de 90% da área semeada até o dia 6 de junho, as máquinas continuam avançando sem grandes problemas, mantendo um ritmo acelerado e acima da média normal para esta época do ano. A boa evolução dos trabalhos abre espaço para a semeadura de uma área ainda maior, fato que já gera especulações por parte dos players para o relatório do USDA de área plantada, que será divulgado no dia 30 de junho;
– Apesar da boa evolução, as condições das lavouras neste início de desenvolvimento não são tão boas quanto estavam na safra passada nesta mesma época. Tal fato, aliado às previsões climáticas que indicam clima seco e quente nos próximos 14 dias na maior parte do cinturão produtor, é fator de suporte para as cotações, principalmente nas posições da safra nova (pós setembro);
– O relatório do USDA de junho não chegou a trazer grandes novidades, mas foi considerado baixista ao elevar as previsões de estoques finais dos EUA da temporada 2020/21 e 2021/22. Na verdade, o que o USDA fez foi reduzir um pouco a estimativa para esmagamento na atual temporada, o que acabou impactando os estoques finais desta e da próxima temporada;
– De qualquer forma, o mercado entende que os números da nova safra ainda são muito precoces, e que muita coisa pode mudar. Se por um lado a área pode ser maior, por outro o clima não parece ser favorável nas próximas semanas, o que traz grandes dúvidas quanto ao verdadeiro potencial produtivo das lavouras norte-americanas da nova safra. Entramos cada vez mais no mercado climático norte-americano, e esperamos muita volatilidade daqui para frente. Ainda é cedo para quaisquer definições.