O mercado de soja seguirá de olho na evolução do plantio da nova safra nos Estados Unidos. Nesta semana, o clima nas lavouras mexeu com os preços na Bolsa de Chicago, e esse cenário pode se repetir por mais uma semana.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
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– O mercado de soja permanece com as atenções centralizadas na nova safra norte-americana, acompanhando o clima para a evolução do plantio e para o desenvolvimento inicial das lavouras. Além disso, os players também acompanham os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional, também analisando a situação dos estoques norte-americanos;
– O plantio da nova safra continua avançando em um ritmo forte no cinturão produtor norte-americano. O clima regular, sem excesso ou falta de umidade, tem possibilitado um avanço acima da média dos trabalhos nos principais estados produtores dos EUA. Com isso, 61% da área esperada com soja já foi semeada, enquanto a média o período é de apenas 37%. Tal fato indica que a semeadura da nova safra não deve encontrar problemas para ser finalizada, o que pode abrir espaço para um aumento da área final, mesmo que pontual. O mercado já começa a trabalhar com essa possibilidade, o que traz um certo peso negativo para Chicago;
– Os mapas de previsões climáticas continuam apontando para a manutenção de um clima regular nas próximas duas semanas, o que também é fator negativo para Chicago pois traz um ambiente favorável aos trabalhos e ao desenvolvimento inicial das lavouras já semeadas. Apesar disso, ainda existem preocupações com a umidade dos solos nas Dakotas, principalmente na Dakota do Norte, devido ao baixo volume de precipitações acumulado nos últimos meses. De qualquer forma, ainda é cedo para falar em perdas produtivas, e a nova safra de soja dos EUA tem um início considerado bom;
– No lado da demanda, a ausência de novas compras chinesas de soja norte-americana não chega a ser uma surpresa, visto que os asiáticos estão com os olhos voltados para a supersafra brasileira que está disponível no mercado. De qualquer forma, novos negócios com soja dos EUA para entrega a partir de setembro podem ser anunciados a medida em que entrarmos no segundo semestre, o que tende a ser bem visto pelo mercado.