Por mais uma semana, o clima segue no radar do mercado se soja. Além disso, os dados de plantio do último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), surpreenderam o mercado e continuarão pesando sobre as cotações.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
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– Após uma semana agitada, o mercado de soja volta a centralizar suas atenções no clima para o desenvolvimento da nova safra norte-americana. Os players também irão continuar digerindo os números de área do USDA, que surpreenderam. Além disso, os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional fecham o quadro de fatores;
– O relatório do USDA de área plantada trouxe uma forte valorização para os contratos em Chicago ao surpreender e apontar para uma área menor do que o mercado esperava. O USDA indicou a mesma área apontada em sua intenção de plantio, de março, o que é bastante incomum. O mercado entendia que o bom ritmo de plantio aliado à recuperação de patamares mais elevados em Chicago incentivaria os produtores norte-americanos a aumentarem a área a ser semeada com soja nesta temporada, expectativa que, segundo o USDA, não se confirmou. Frente a isso, Chicago voltou a trabalhar próximo do patamar de US$ 14 por bushel nos contratos da safra nova;
– Os mapas climáticos continuam apontando para um clima pouco favorável ao desenvolvimento das lavouras na metade norte do cinturão produtor norte-americano no mês de julho. Os estados da Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota e Iowa podem receber chuvas abaixo da média no período. Em se confirmando tal previsão, as condições das lavouras podem voltar a piorar em julho, o que mantém o mercado preocupado;
– É possível que, diante das condições atuais, o USDA já traga uma diminuição na previsão de produtividade média esperada para a produção dos EUA em seu próximo relatório de oferta e demanda, que será divulgado no próximo dia 12. Tal fato, aliado à manutenção da área e estoques iniciais possivelmente menores podem levar a um corte nos estoques finais da temporada 2021/22. Ainda é cedo para definições com relação à produção norte-americana, mas o panorama atual merece atenção redobrada. Se o clima não melhorar, perdas de potencial produtivo podem começar a aparecer;
– No lado da demanda, à medida que nos aproximamos de mais uma colheita nos EUA, novas vendas de soja norte-americana para a China devem voltar a serem registradas. Apesar disso, é importante estar atento à ameaça de intervenção do governo chinês nos mercados de commodities, visto que os preços dos grãos voltaram para patamares mais elevados após o relatório do USDA. Novidades com relação a este tema podem voltar a trazer grande volatilidade para os mercados.