Após a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado mundial de soja volta suas atenções agora para o clima, de olho no desenvolvimento final das lavouras e início da colheita nos Estados Unidos. O mercado segue otimista acompanhando os sinais da demanda chinesa pelo grão norte-americano.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque.
- O mercado de soja continua com as atenções centralizadas no clima para o desenvolvimento final das lavouras e início da colheita nos EUA e sinais de demanda chinesa pela soja norte-americana. Paralelamente, os players continuarão digerindo os números do relatório do USDA de setembro, além de acompanhar o clima no Brasil para o início do plantio da nova safra;
- As lavouras norte-americanas entram na reta final do desenvolvimento com pioras gradativas em suas condições gerais. Ao longo de agosto, as lavouras em boas ou excelentes condições recuaram de 74% para 65%, refletindo o clima adverso que atingiu alguns estados produtores ao longo do mês. Tal fato trouxe força para Chicago, com o mercado tentando antecipar os números do relatório do USDA de setembro, que certamente traria um corte na estimativa de produção dos EUA;
- Além disso, Chicago também ganhou força em cima das compras crescentes de soja norte-americana por parte da China, fato que, embora já esperado, trouxe maior ânimo para a ponta compradora. As novas compras voltaram a trazer a esperança de que a China pode ainda honrar a fase 1 do acordo comercial. A tendência é vermos novos aumentos nos volumes de vendas dos EUA para a China à medida que a safra norte-americana começa a entrar no mercado;
- A expectativa dos players com relação ao relatório do USDA foi confirmada. O Departamento trouxe cortes na produção e nos estoques dos EUA na temporada 2020/21, e embora os mesmos tenham ficado um pouco aquém do esperado, foram bastante relevantes. O mercado ganhou ainda mais fôlego após a divulgação do relatório, devendo agora se firmar acima da linha de US$ 9,50. De qualquer maneira, os players continuarão digerindo os números do relatório nos próximos dias, e os ganhos recentes abrem espaço para correções técnicas negativas, mesmo que pontuais;
- Também começa a pesar positivamente em Chicago a confirmação de que teremos a influência do fenômeno La Niña durante a primavera/verão do hemisfério Sul, o que coloca em risco boa parte das lavouras brasileiras e argentinas da nova safra. Neste momento, os mapas climáticos apontam para pouca ou nenhuma umidade sobre o Centro-Oeste e o Sudeste do país nos próximos 14 dias, o que pode atrasar o início dos trabalhos de plantio.