O mercado da soja passa a acompanhar um novo elemento que pode alterar as cotações no cenário internacional. A guerra comercial entre Estados Unidos e China impactou os preços em Chicago na última semana e deve seguir na pauta. Além disso, o clima na América do Sul seguirá como fator importante pelo lado da oferta.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque.
- O mercado de soja permanece com as atenções centralizadas no clima para ao desenvolvimento da nova safra da América do Sul e nos movimentos da demanda chinesa no mercado internacional. Além disso, a guerra comercial entre Estados Unidos e China voltou a chamar a atenção do mercado nesta última semana, devendo ser acompanhada de perto nas próximas;
- A safra sul-americana continua no foco do mercado pelo lado da oferta. O retorno da umidade à Região Sul, no Brasil, e a algumas províncias produtoras da Argentina foram bem recebidas pelo mercado, trazendo uma menor pressão positiva sobre Chicago. Apesar disso, a baixa umidade registrada na maior parte dos estados produtores das regiões Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste continua trazendo grandes preocupações. O clima na América do Sul é o grande fator de atenção para o mercado daqui para frente. Ainda não podemos estimar grandes perdas no Brasil, mas o clima precisa voltar a ter regularidade para que isso não ocorra. A próxima semana deverá ter o retorno de uma umidade razoável para os estados da faixa central do país, o que certamente será favorável às lavouras;
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- No lado da demanda, o mercado voltou a olhar com atenção a relação comercial entre EUA e China após o novo presidente norte-americano, Joe Biden, comentar que não irá retirar imediatamente as tarifas sobre produtos chineses no início de seu mandato. Embora o mercado não esperasse pela retirada imediata das tarifas, o comentário foi mal recebido, aumentando as incertezas relacionadas a como novo governo norte-americano irá lidar com a questão comercial com a China. Tal fato trouxe pressão negativa para Chicago, o que resultou em correções importantes nos preços. Estas incertezas devem continuar como um fator limitante para as cotações.