A comercialização da safra de soja 2021/2022 em Mato Grosso, que será colhida só no próximo ano, já alcança um ritmo muito elevado e surpreendente, ainda mais se comparado a safra 2020/2021 (iniciou a colheita agora) que foi uma das mais rápidas a serem negociadas na história do estado.
Segundo levantamento do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), até o momento, o estado já vendeu quase 16% da soja que será entregue em 2022. Em janeiro de 2020, as vendas da safra 2020/2021 estavam na casa das 4,8% apenas, o que mostra quão rápida está a comercialização antecipada no estado.
A razão para esta rápida evolução, pode estar nos elevados preços oferecidos pela saca de soja no estado e o receio de negociar ainda mais a safra 2020/2021.
“Os produtores ainda estão apreensivos quanto ao desfecho da safra (2020/2021), pois, apesar de as chuvas terem melhorado de dezembro para cá, a maior parte das lavouras se encontra em enchimento de grão, ou seja, sensível às variações climáticas. É válido salientar que os preços médios comercializados no último mês ficaram em R$ 132,66 por saca para a safra 20/21 e R$ 109,90 por saca para a safra 21/22”, afirma o Imea.
Receio de vender mais a safra que ainda não foi colhida
As vendas da safra 21/22 demonstram que o produtor quer aproveitar os preços elevados de comercialização, mas não quer arriscar fazer isso com uma safra que ainda corre riscos.
Até o momento o Imea acredita que 68,54% da safra 2020/2021 foi negociada antecipadamente, ou seja um avanço de apenas 2,08 pontos percentuais, ante o mês de dezembro. Na mesma época do ano passado a safra 2019/2020 tinha 59,06% negociada.
Aliás a safra 2019/2020 chegou a 99,97% negociada, ou seja, praticamente acabou.