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ANÁLISE

Aumento da demanda global não impacta nos preços da soja, diz analista

O USDA prevê um aumento significativo na demanda mundial de soja, de 4,96%, equivalente a 18 milhões de toneladas

O mercado de soja está passando por um momento de turbulência, com os preços em queda devido à oferta abundante e à desaceleração da demanda global. 

Nas últimas duas edições do Rural Notícias, os analistas Carlos Cogo e Paulo Molinari explicaram que, pelo menos até a próxima safra, não há fatores no radar que possam alterar esse cenário.

O sócio-diretor da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo, apresentou o cenário do ponto de vista da demanda mundial, que aponta para um crescimento de quase 5% nesta safra, em relação ao ciclo anterior.

“No contexto da temporada 23/24, que se encerra no final de agosto deste ano, o USDA prevê um aumento significativo na demanda mundial de soja, de 4,96%, equivalente a 18 milhões de toneladas. Esta projeção contrasta com o crescimento modesto de apenas um milhão de toneladas registrado na temporada anterior”, diz.

Apesar do aumento da demanda mundial, a oferta é gigantesca, conta Marcos Araújo. “Os estoques globais de soja estão no segundo maior nível da história. Além da queda nos preços da soja nas bolsas internacionais, os prêmios nos portos também despencaram nos últimos anos”, explica.

Diante desse cenário, Marcos Araújo, à exemplo de Carlos Cogo e Paulo Molinari, também aponta para uma tendência de queda nos preços da soja até a próxima safra e uma relação de troca extremamente apertada.

“O USDA está estimando um aumento da área de soja nos EUA. Em condições de produtividade normais, eles vão ter um potencial de produção de 123 milhões de toneladas, quase 10 milhões de toneladas a mais em relação a safra anterior. Isso é muito preocupante”, diz.

“Eu espero estar errado, mas se nós tivermos a confirmação de área nos EUA e não tivermos quebra norte-americana, eu vejo a possibilidade de Chicago no ano que vem trabalhar abaixo de 10 dólares o bushel”, complementa.

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