A produção de soja em São Paulo tem potencial para crescer 21% nesta safra, segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expedição do Projeto Soja Brasil visitou a região sudoeste do estado para entender o motivo desse grande aumento.
Ano após ano, a soja vem ocupando cada vez mais espaço na propriedade de Marcos Antônio Cattai, em Buri (SP). Antes, o carro chefe era o milho e o feijão, mas o não tem como ignorar uma cultura que rende 80 sacas por hectare, na safra passada.
“A soja nos traz uma garantia de rentabilidade. A gente consegue começar a comercializar antes de plantar, inclusive e hoje virou o melhor produto para se trabalhar. Então ela está só aumentando nas áreas de plantio”, diz Cattai.
A soja vem ganhando espaço, tanto que na estimativa da Conab o estado deve registrar um dos maiores incrementos de produção do país desta safra. A expectativa é de uma produção de 3,6 milhões de toneladas, 21,3% mais que na safra anterior.
A área plantada deve chegar a um 1,1 hectares, crescimento de 11%. O aumento é por conta da conversão de áreas antes ocupadas pela cana-de-açúcar.
“Como é uma cultura de 4 meses, amanhã se tira a soja e se planta milho safrinha. Pode até optar por outra cultura, mas ano que vem irão plantar soja de novo. Vai aproveitando aquelas questões de mercado e não fica amarrado em uma cultura só, como no caso da cana”, afirma o vice-presidente da Aprosoja-SP na região sul, Frederico D’Ávila.
O estado está entre os 5 mais produtivos do país, com média acima de 55 sacas por hectare. No caso do produtor de Buri, o motivo da alta produtividade não é novidade.
“Ele preconiza a correção de solo, está sempre corrigindo, plantando, fazendo análise de solo. Então isso influencia diretamente na produtividade que ele consegue, por isso fica um ponto fora da curva da média nacional”, diz o engenheiro agrônomo, Humberto Barreto Dalcin.
Por enquanto, a preocupação do produtor Cattai é com as chuvas irregulares desta primavera, que devem impactar na colheita, durante o verão.
“A gente sempre tem esperança de colher mais. Mas eu tô preocupado devido as previsões de pouca chuva. E como as minhas áreas são de sequeiro, vamos aguardar para ver quanto conseguirei de produtividade”, afirma.