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LAVOURAS AFETADAS

Os desafios climáticos nas lavouras de soja em MT

Chuvas intensas em Feliz Natal dificultam colheita e escoamento da soja, causando prejuízos e danos nas rodovias estaduais

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

As chuvas intensas em Feliz Natal, no Mato Grosso, têm gerado sérios desafios para os produtores de soja, o que afeta tanto a colheita quanto o escoamento da safra 2024/25. Algumas propriedades já acumulam até 1.500 milímetros de precipitação em fevereiro, o que tem dificultado o trabalho no campo.

Além dos prejuízos nas lavouras, o volume de chuva tem danificado as rodovias estaduais, como as MT-130 e MT-255, impactando quem depende dessas vias para suas atividades diárias. O tráfego dessas estradas está mais lento, aumentando os riscos e dificultando o transporte da soja.

O agricultor Edemilson Pasqualotto da Paixão, que cultivou 1.405 hectares de soja na região, explica que o atraso na colheita é uma consequência das condições climáticas adversas. Segundo ele, a cada dia de atraso, a perda pode chegar a até dois sacos por hectare. Como o plantio foi realizado de forma concentrada em outubro, todas as lavouras atingiram o ponto de colheita simultaneamente, o que intensifica o impacto.

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Os desafios na colheita de soja

Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de soja em Mato Grosso, o maior produtor do grão no Brasil, alcançou 47,3% da área plantada. Isso representa um avanço de 19,8 pontos percentuais em relação à semana anterior (27,5%), mas ainda há um atraso significativo de 14 pontos percentuais em comparação com o mesmo período da safra 2023/24, quando 61,3% da produção já havia sido colhida.

Maicon Rech, outro agricultor local, destaca o esforço contínuo para colher a soja, aproveitando os raros períodos de sol. “Estamos trabalhando intensamente, com máquinas voltando a levantar poeira após a chuva, e conseguimos adiantar a colheita em alguns dias,” diz Maicon.

Além dos prejuízos nas lavouras, o excesso de chuvas tem afetado ainda mais as estradas não pavimentadas da região. As vias, como a MT-225, que já são difíceis de transitar, acabam se deteriorando rapidamente com o tráfego intenso de caminhões. Maicon também observa que a falta de infraestrutura nas rodovias tem gerado enormes dificuldades para o transporte da soja.

Em relação à situação das estradas, os caminhoneiros Marcelo Luiz dos Reis e Calil Koch relatam que percorrer 40 quilômetros pode levar até duas horas, devido às condições precárias das vias. Já os motoristas de ônibus enfrentam desafios ainda maiores, como destaca o motorista Roque Scheide, que chama a atenção para a necessidade de responsabilidade no trânsito.

De acordo com Antônio Carlos de Assis, gerente de produção da região, o escoamento dos grãos também é afetado pela péssima condição das estradas, piorando com a chuva constante. “A estrada está em péssimas condições e, com a chuva, fica ainda mais difícil”, comenta.

Rafael Bilibio, presidente do Sindicato Rural de Vera e Feliz Natal, enfatiza que quase 60% da produção de Feliz Natal depende de rotas não pavimentadas, e reforça a necessidade de pavimentação das vias para facilitar o escoamento. “Precisamos da pavimentação para garantir o fluxo da produção. A ajuda do governo tem sido importante, mas ainda há muito o que fazer”, conclui.

Em resposta a esses desafios, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT) garantiu que está trabalhando na manutenção das rodovias e na correção dos pontos críticos.

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