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Soja Brasil

Paraná: excesso de chuvas faz soja germinar, grãos arderem e plantas abortarem vagens

Confira as muitas fotos, vídeos e relatos dos produtores que enfrentam sérios problemas, incluindo o campeão de produtividade do Cesb

O clima é realmente uma variável que pode comprometer uma safra de soja de uma hora para outra. No Paraná, assim como em vários estados, o plantio atrasou por falta de chuvas. Depois elas foram irregulares, mas ainda assim serviram para que as lavouras se desenvolvessem bem. Mas agora na reta final da safra, prestes a iniciar a colheita, as instabilidades retornaram com regularidade e começam a trazer prejuízos para os produtores. 

Para entender algumas das situações tristes relatadas pelos produtores paranaenses, começamos com o caso de Doglas Alamini, de Santa Terezinha de itaipu (PR). Por lá, parte dos 500 hectares plantados com soja estão apresentando abortamento de vagens, possível de notar no vídeo abaixo:

 

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“Estou tendo esse problema de maneira mais acentuada em alguns talhões e outros com menos. Mas estou tendo esse problema em 100% da área. Isso tudo por conta do excesso de chuvas aqui na região. Sem falar nos tratos fitossanitários que estão todos atrasados por aqui e aqueles que foram feitos não tiveram efeito, já que o intervalo entre a aplicação e a próxima chuva é muito curto”, afirma.

O prejuízo estimado por ele já está em 10% da produção e ainda pode aumentar, afetando até a entrega de contratos já firmados, que chegam a 30% da colheita que era esperada.

“Se as chuvas continuarem, como nesta quinta-feira, 28, os problemas continuarão a crescer. A situação é crítica, já nem consigo dormir à noite direito”, diz Alamini.

Um outro vídeo e, sequência de fotos, acabou circulando nos grupos de mensagens como sendo de Alamini, mas ele afirmou que não eram dele, apesar de um áudio enviado junto ser dele.

“O áudio que foi junto era meu sim, enviei a um amigo. Mas aí o pessoal misturou tudo e parecia que era minha área, mas não era”, diz.

soja aborta vagem paraná
Foto enviada por Doglas Alamini, mas não são da áreas dele, foram enviadas em grupos de conversas

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Foto enviada por Doglas Alamini, mas não são da áreas dele, foram enviadas em grupos de conversas

Mais problemas

O engenheiro agrônomo Renan Haach, que trabalha em uma cooperativa na região de Coronel Vivida e Honório Serpa, também está notando grãos ardidos e soja brotando em várias lavouras. As fotos abaixo são dele, aliás.

Foto: Renan Haach
Foto: Renan Haach
Foto: Renan Haach
Foto: Renan Haach

“Nas áreas já dessecadas e prontas para colher, notamos que tem muito grão ardido e soja brotando direto da vagem. E a situação ainda pode se agravar mais, pois a previsão mostra que teremos chuvas até a próxima semana ainda”, afirma Haach.

Mas o problema não para por aí, além dos problemas na soja já pronta para colher, há também danos na soja ainda em fase de desenvolvimento.

“Com esse aumento da umidade e pouco sol, já notei a incidência de ferrugem asiática, que até agora não tinha visto em nenhuma área, o mofo branco, antracnose e até surgimento de lagartas. O problema é que com as chuvas as aplicações de fungicidas e inseticidas estão todas atrasadas”, conta ele.

O produtor de soja de Três Barras (PR), Paulo Rodrigues da Silva, também está tendo problemas com a soja germinando diretamente na vagem. Só que por lá as perdas podem chegar a quase 30% da área. Confira abaixo:

Até o campeão de produtividade está com problemas

Lá em Mangueirinha (PR), o produtor Laércio Dalla Vecchia, atual campeão de produtividade de soja pelo Cesb, também está tendo sérios problemas. Isso prova que, até mesmo o melhor dos manejos, pode sucumbir aos problemas climáticos.

Segundo Dalla Vecchia, 10% de sua área já está pronta para colher, mas as chuvas não permitem a entrada das máquinas e os problemas aumentam a cada dia.

“Tenho 10% da área pronta para colheita com problemas, mas 20% da área que está lorando também está com danos. Estou esperando uma diminuição significativa na produtividade. Tem grãos que já até caíram no chão. Agora não sei quanto as cooperativas irão descontar desse grão ardido, pois nunca tive esse problema aqui. Cálculo que 20% eu já tenho de prejuízo, podendo chegar a 50% se as chuvas persistirem”, afirma o produtor.

Confira o vídeo dele abaixo:

No dia 27 de janeiro ele tentou colher um pouco de soja e olhem o resultado abaixo:

 

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