É chegada a hora de anunciar os vencedores do Personagem Soja Brasil. Após 40 dias no ar, a votação teve participação popular recorde. Em evento desta quarta-feira (26), os homenageados foram, finalmente, revelados em evento ao vivo transmitido pela TV, site e redes sociais do Canal Rural.
Um produtor rural e um pesquisador tiveram suas histórias reconhecidas pelo público. Por sua vez, a Comissão Julgadora, composta por entidades apoiadoras do Projeto Soja Brasil, elegeu mais um produtor e outro pesquisador. Assim, ao todo, quatro personagens foram reconhecidos.
Heróis do agronegócio
De acordo com o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, todos os produtores e pesquisadores indicados contribuem para marcar a agricultura brasileira por meio do desenvolvimento e uso de tecnologias de ponta, levando à agricultura brasileira ao protagonismo mundial.
Já o presidente do Canal Rural, Júlio Cargnino, lembrou que o Projeto Soja Brasil acompanha, há 11 anos, a safra da oleaginosa no país, difundindo pela TV, internet e redes sociais todos os estágios do cultivo. “Temos a alegria de celebrar e reconhecer as pessoas que fazem história. Os personagens que foram indicados são heróis do agronegócio e o fazem ser pujante e gigante”.
Ele também lembrou o aniversário de 50 anos da Embrapa, comemorados neste 26 de abril. A entidade é parceira de primeira hora do projeto. “As contribuições da Embrapa ao longo das décadas foi e continua sendo fundamental para todo o agronegócio brasileiro”, destacou Cargnino.
O diretor de Conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, por sua vez, enfatizou que o melhor manejo adequado de nada adianta se não for embasado na criação e desenvolvimento de tecnologia e ciência. Segundo ele, essa é a simbiose constante entre pesquisadores e produtores, as estrelas do Personagem Soja Brasil.
Confira os vencedores pelo Voto Popular
Produtor rural
Canisio Froelich
Natural do município de Santo Cristo, no interior do Rio Grande do Sul, Canisio Froelich foi o escolhido pelo público como o produtor de soja que mais se destacou nesta safra.
Ele se fixou em Mato Grosso ainda na década de 1980 e conta que herdou o amor pela terra do pai, pequeno agricultor que cultivava feijão, milho, soja e trigo.
“Esse é um prêmio que não se ganha sozinho, mas sim com outros produtores, pesquisadores, técnicos, agrônomos, consultores. O sucesso no plantio da soja se alcança com um grupo de pessoas e de tecnologias, onde o produtor rural se encarrega de fazer o melhor uso dessas tecnologias”
Pesquisador
Dionísio Pisa Gazziero
O engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Pisa Gazziero foi o vencedor na categoria Voto Popular. “Gosto e me dedico muito à minha carreira. Costumo dizer que não vesti a camisa da Embrapa, mas a tatuei no meu peito”, sintetiza.
Ainda na década de 1980, o pesquisador arriscou em sua tese de mestrado, dando destaque a um tema pouco comum à época: horários de aplicação de herbicidas.
“Ganhar esse prêmio no dia do aniversário da Embrapa é um orgulho. Tenho de profissão o mesmo tempo que a Embrapa Soja tem de existência. Agradeço a todos que lembraram do meu nome e digo que gostaria de ter mais 50 anos para trabalhar com plantas daninhas, uma praga que tem solução que passa pelo manejo integrado, sustentabilidade e rotação de culturas”.
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Escolhidos pela Comissão Julgadora
Produtor rural
José Eduardo Macedo Soares
José Eduardo Macedo Soares, conhecido como “Zecão”, foi o produtor reconhecido pela Comissão Julgadora pelos seus esforços em prol da sustentabilidade no cultivo de soja.
Ele chegou ao Mato Grosso no início da década de 1980, juntamente com as primeiras famílias que foram do Sul para desbravar o Cerrado. Em sua fazenda, Soares produz grãos com “a maior diversidade possível”. Ainda assim, a soja segue como a principal aposta. “No entanto, fazemos rotação com o arroz, plantamos milho, sorgo, milheto e mais de dez espécies diferentes de plantas de cobertura”.
“Estou muito contente e honrado pelo prêmio. Essa homenagem pode ser estendida a todos os produtores de soja que apostaram no Cerrado para o cultivo do grão. […] Essa é uma homenagem a quem pensa em sustentabilidade, como penso há 40 anos, desde que comecei a plantar soja em Mato Grosso. Naquela época, poucos tinham preocupação com sustentabilidade e se atinham apenas à produtividade. Vemos, agora, que todo o nosso esforço deu resultado e estamos provando ao mundo que é possível fazer um bom plantio direto”.
Pesquisador
Edivaldo Domingues Velini
O pesquisador da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Edivaldo Domingues Velini, foi agraciado com o voto da Comissão Julgadora e escolhido como um dos personagens.
Ele começou a trabalhar com a oleaginosa na época do mestrado, entre 1985 e 1988. Sua tese foi voltada aos períodos de mato interferência em soja.
“Agradeço a todos os meus parceiros e colaboradores. Tenho 40 anos de profissão e quero chegar aos 50 anos. […] Os maiores professores que tive ao longo da vida foram meus colegas da CTNBio, comissão composta por cientistas que avaliam todas as biotecnologias para agricultura, meio ambiente e também para saúde humana e animal […]. Agradeço, também, à minha instituição, a Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu (SP). É importante lembrar para que tenhamos agricultura e tecnologia, precisamos de bons profissionais”.
Boletim climatológico especial
Durante o evento, o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller, trouxe um boletim especial para os próximos meses. Segundo ele, com o aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, desde março o planeta segue em fase de neutralidade.
Contudo, caso essa taxa de acaloramento se mantenha, há uma probabilidade de 80% do fenômeno El Niño acontecer em agosto e de 90% até final do ano.
“Ou seja, muito provavelmente vamos, sim, ter El Niño ainda neste ano. Isso terá impacto no verão, com a volta das chuvas no sul do Brasil aliviando a questão de déficit hídrico no Rio Grande do Sul. Porém, dependendo da intensidade do fenômeno, essa chuva pode vir de forma volumosa e acabar atrapalhando as lavouras”, adverte.
Assim, conforme Müller, espera-se temperaturas mais elevadas no Sudeste e Centro-Oeste do país. “O aumento nos termômetros acaba favorecendo queimadas, assim como temperaturas acima de 40ºC pode prejudicar o desenvolvimento da soja. Já no Nordeste, espera-se uma queda de produtividade devido a falta de chuvas”, comenta o meteorologista.
Além dos troféus que reconhecem o empenho, resiliência e sucesso de cada um dos personagens, a patrocinadora máster do Projeto Soja Brasil, Ihara, enviará um presente especial a cada um deles.
