José Eduardo Macedo Soares, conhecido como “Zecão”, é um dos produtores rurais que competem pelo prêmio Personagem Soja Brasil, tradicional honra que reconhece os melhores sojicultores do país.
Ele chegou ao Mato Grosso no início da década de 1980, juntamente com as primeiras famílias que foram do Sul para desbravar o Cerrado. “Na época, a única cultura em escala era o arroz de sequeiro, que hoje chamamos de arroz de terras altas”, lembra.
Em 1986, o produtor adquiriu a sua atual propriedade, a Fazenda Capuaba, de 1.300 hectares, onde são produzidos grãos com “a maior diversidade possível”. Ainda assim, segundo Zecão, a soja segue como a principal aposta. “No entanto, fazemos rotação com o arroz, plantamos milho, sorgo, milheto e mais de dez espécies diferentes de cobertura [para o solo]”.
Zecão diz que a sua paixão pela agricultura vem de família. “Meus avós tinham propriedade rural no interior de São Paulo. Produziam café e gado leiteiro e o meu pai também era apaixonado pela atividade da fazenda”.
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Agricultura mais sustentável
O produtor afirma que desde a década de 1980, no começo de sua atividade, já teve a preocupação em fazer uma agricultura mais sustentável. Zecão lembra que a cultura da soja foi sendo introduzida na região aos poucos, mas em sistema de plantio convencional.
“Vimos todos os malefícios dessas práticas com relação à erosão laminar, doenças do solo. Sempre tivemos bastante preocupação com a conservação do solo. Acompanhamos todas as aberturas [de áreas] no Cerrado, a derrubada, o enleiramento, queimada, ou seja, esse processo radical de intervenção no bioma para a produção de alimentos. Então tivemos toda a preocupação em reconstruir o solo”, detalha.
Desafio ao produtor
Para Zecão, o Brasil ainda vai crescer muito em produção de alimentos nas próximas décadas. No entanto, para isso, precisa superar alguns desafios. “Na área de infraestrutura ainda há muito para se fazer. Temos de melhorar a logística e diminuir os custos nos fretes dessa produção de grãos”, declara.
De acordo com ele, outro grande desafio reside na divulgação da importância de os produtores assumirem o cultivo de mais plantas. “Temos de sair do sistema de monocultura e evoluir muito ainda no sistema de diversidade”, finaliza.
