O plantio da soja atinge agora 47% da área de 6 milhões de hectares previstos para ser semeada na safra 2020/2021 no Rio Grande do Sul. Esse ritmo está abaixo do registrado em 2019 (63%) e também ante a média histórica (62%), segundo levantamento da Emater-RS. Entretanto, a entidade destaca que o retorno de algumas chuvas contribuiu para o desenvolvimento da cultura.
“Apesar do predomínio do tempo seco no estado, a presença de chuvas em algumas regiões ajudou na retomada das atividades de plantio, que já atinge 47%, além de contribuir para o desenvolvimento da cultura.”
Confira a análise de algumas regiões!
Ijuí
Por lá, o plantio avançou somente nas áreas onde houve precipitação (entre 15 e 16 de novembro). Segundo a Emater-RS, nas lavouras semeadas no início de novembro, o estande é regular, com plantas emergidas em diferentes períodos, conforme a ocorrência das precipitações.
“Nos locais onde há trânsito de máquinas, baixa cobertura de palha e nos quais o solo se encontra mais compactado, é baixa a densidade de plantas. As plantas emergidas apresentam baixo número de trifólios, as folhas são pequenas, e a haste principal é fina e alongada. Até o momento não há necessidade de replantio em função de a morte de plantas nos estádios iniciais ser pequena.”
Para a Emater, em geral, houve aumento do ataque de tripes nas lavouras emergidas e diminuição da germinação de plantas invasoras e/ou culturas antecessoras.
Frederico Westphalen
As condições de baixa umidade no solo e sem previsão de chuvas significativas no período fizeram com que os agricultores não avançassem na semeadura, diz a Emater.
“Já há atraso em relação aos anos anteriores. Nas áreas implantadas no final de outubro, são observados o ataque de pragas como tripes e ácaros, bem como problemas de emergência e morte de plantas, comprometendo o estande das lavouras e implicando na necessidade de replantio.”
Pelotas
Mais de 70% da área de intenção de plantio de 421 mil hectares já foi semeada. A atividade ocorre somente nas localidades onde a umidade do solo ainda se mantém adequada para a germinação e emergência.
Segundo a Emater, os plantios avançaram em Pelotas e Piratini, que alcançam 75% das áreas previstas; em Arroio Grande, 83%; em Canguçu, 84%; e em Santa Vitória do Palmar, foram implantadas 85% das áreas de intenção de cultivo.
“Devido aos prognósticos de estiagens, e a fim de mitigar os efeitos nos períodos críticos, os produtores têm escalonado os plantios com cultivares de soja com diferentes ciclos, que vão desde as precoces até as de ciclo mais longo”, relata a entidade.
Caxias do Sul
A semeadura seguiu em ritmo muito acelerado na semana, favorecido pelas precipitações que recompuseram a umidade dos solos na maioria dos municípios.
“Produtores buscam semear ainda em novembro, evitando plantios tardios que tendem a apresentar menor rendimento de grãos. As últimas áreas implantadas têm germinação mais uniforme. Algumas precisaram ser replantadas. Em geral, os cultivos estão bem estabelecidos, porém com lento desenvolvimento inicial em decorrência da sequência de dias secos, com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar”, afirma a Emater.
Erechim
O plantio já chega a 60% de um total de 230 mil hectares previstos. Segundo a Emater, embora tenha predominado o sol, ocorreram chuvas em alguns municípios, com volumes entre 2 mm e 18 milímetros.
“Não houve precipitações nas localidades mais próximos do vale do rio Uruguai e adjacências. A área dos cultivos poderá aumentar em função do replantio de áreas com a cultura de milho, que vêm sendo liberadas pelas perícias de Proagro”, afirma a Emater.
Soledade
Por lá, 65% da área total prevista de 451 mil hectares já foi plantada. O retorno da chuva em no dia 16, com volumes satisfatórios, elevou o teor de umidade do solo que, além de viabilizar a semeadura, propicia condições adequadas para germinação/emergência e desenvolvimento vegetativo inicial da soja.
“Em geral, as lavouras têm crescimento e desenvolvimento vegetativo normal; há áreas nas quais a baixa umidade do solo provocou falhas na germinação, apresentando plantas por área em número menor que o recomendado. Produtores realizam o manejo de plantas invasoras com herbicidas pós-emergentes nas primeiras áreas implantadas.”
Passo Fundo e Santa Maria
A escassez de chuvas diminuiu a intensidade das semeaduras e tem provocado germinação desuniforme e dificuldades no desenvolvimento vegetativo na região, afirma a Emater.
“Na de Passo Fundo, chegou a 30% de um total de 648 mil hectares, enquanto que na de Santa Maria, alcançou 62% de 993 mil hectares previstos. Em São Sepé, Formigueiro e Vila Nova do Sul, as lavouras sentem a falta de chuvas, pois as plantas evidenciam crescimento abaixo do esperado.”
Bagé
A semeadura alcança 50% dos 835 mil hectares e se encontra atrasada em relação a anos anteriores. Na Fronteira Oeste, chega em 30%. Segundo a Emater, a atividade foi retomada nos locais onde houve maior volume de chuvas.
“Os produtores aproveitaram a recuperação parcial da umidade nos solos para efetuar plantios e replantios. Devido à baixa umidade nos solos, as lavouras que tiveram boa germinação enfrentam agora dificuldades de desenvolvimento. As semeadas mais recentemente apresentam germinação desuniforme.”
Santa Rosa
Na maioria das localidades em que não ocorreu chuva, o plantio da soja está paralisado, afirma a Emater. Já nos municípios nos quais houve precipitações em no dia 16 e onde a umidade do solo permitiu, os agricultores intensificaram a dessecação das áreas e realizam semeaduras.
“Estima-se que área semeada já alcance 20%, área menor quando comparada com igual época na safra passada, quando aproximadamente 70% da área já fora semeada. O período preferencial de plantio para a maior parte das cultivares está no final, o que já é indicativo de possível prejuízo na produtividade.”
Além disso, a entidade acredita que parte das lavouras deverá ser replantada, pois a germinação foi muito baixa devido à falta de umidade do solo.
“Entretanto, as sementes estão escassas no comércio local para realizar o replantio. A expectativa inicial de produtividade média está em 3.224 quilos por hectare.”