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DURANTE A SAFRA 23/24

Poder de compra do produtor de soja foi o menor em cinco anos, diz Cepea

Em Cascavel, no Paraná, foram necessárias 76 sacas do grão por hectare para se cobrir o custo total de produção

As condições climáticas adversas afetaram a produção e, consequentemente, o bolso do produtor rural na safra 2023/24. Além da queda nos preços médios de negociação dos grãos, a diminuição da produtividade reforçou o efeito negativo sobre a rentabilidade.

Segundo o relatório sobre Custos de Grãos elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no principal estado produtor de soja, Mato Grosso (considerando Sorriso), são necessárias 53,7 sacas por hectare para saldar o custo operacional efetivo do produtor. Já para cobrir o custo total, são precisas 73,6 sacas da oleaginosa por hectare.

Na região de Cascavel, no Paraná, as quantidades de sacas de soja para saldar o custo operacional efetivo ficaram em torno de 40. O custo total, por sua vez, é de acima de 76 sacas.

Entretanto, o documento ressalta que houve queda de 21% nos preços de defensivos agrícolas e de 9% nos fertilizantes em relação à safra 2023/24. Mesmo assim, o valor da soja caiu com mais intensidade.

Poder de compra do produtor

Segundo o pesquisador do Cepea, Mauro Osaki, diante desses números, nota-se que o poder de compra do produtor se deteriorou na safra 24/25 quando comparado com a média das últimas cinco temporadas.

“Embora alguns insumos tenham reduzido de preço na temporada 23/24, o custo de produção ainda está em um patamar um pouco elevado se compararmos com o padrão histórico”.

De acordo com ele, o revés para o setor produtivo surgiu com a queda dos preços da soja, algo que já vinha se desenhando ao longo do ano na safra 22/23.

“Com a redução da produtividade, observamos que a receita bruta do produtor foi bastante prejudicada, dificultando que muitas regiões produtoras obtenham resultados positivos para a temporada 23/24”.

Tendência de aumento de preços?

Osaki conta que a tendência de redução de preços e aumento de custos agrícolas não é exclusividade do Brasil.

“A curva de custos vem reduzindo, mas a taxa de ajustes para convergir em um resultado positivo para o produtor está mais lenta em relação à queda dos preços. Esse ajuste traz ao produtor a sensação de que sua rentabilidade vem sendo bastante comprimida por conta desse descasamento”.

O pesquisador salienta que o estudo do Cepea compreende o primeiro trimestre deste ano. Portanto, as últimas semanas que foram marcadas por câmbio mais alto devem impactar positivamente, mas ainda aquém do que o produtor estava acostumado nas últimas safras.

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