A semana foi positiva para os preços e negócios no mercado brasileiro de soja. De segunda à quinta, houve valorização dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), mas nesta sexta os índices despencaram.
Novas altas do dólar frente ao real – além da firmeza dos prêmios – também garantiram o incremento nas cotações e o retorno dos produtores ao mercado, acelerando a comercialização.
Preços ao longo da semana
- Passo Fundo (RS): subiu de R$ 132 para R$ 135
- Cascavel (PR): avançou de R$ 130 para R$ 132
- Rondonópolis (MT): passou de R$ 126,50 para R$ 127
- Porto de Paranaguá: aumentou de R$ 139 para R$ 141
Exportação e contratos da soja
Na exportação, a movimentação melhorou principalmente na safra nova, para embarques entre abril e maio de 2025, com a presença dos compradores chineses. Os prêmios de exportação seguem firmes.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com entrega em novembro ficaram cotados a US$ 10,48 por bushel nesta sexta-feira (26), acumulando perdas de 1,87% durante a semana. Apesar dessa queda, os últimos dias haviam sido de recuperação, com forte movimento de cobertura de posições vendidas.
Boletins indicando que o clima no final de julho e início de agosto não vai ser tão seco e quente como o indicando inicialmente deflagraram forte movimento de vendas e pressionaram as cotações.
As mais recentes previsões apontam chuvas e temperaturas amenas para os próximos dias, beneficiando as lavouras, o que encaminha uma ampla safra norte-americana.
Ao longo de toda a semana, as indicações meteorológicas eram diferentes, projetando altas temperaturas e precipitações insuficientes.
Lembrando que agosto é mês crítico para definir o tamanho da produção dos Estados Unidos. No entanto, de acordo com a consultoria Safras & Mercado, vale frisar que até o momento as lavouras se desenvolvem sem maiores problemas.
Sustentação dos contratos de soja
Outro fator que ajudou na sustentação dos contratos futuros foi a menor aversão ao risco no mercado financeiro. A expectativa de que os juros serão cortados a partir de setembro nos Estados Unidos ajuda as commodities agrícolas. Há também a questão das eleições norte-americanas.
A saída de Joe Biden da corrida colocou em xeque o favoritismo de Donald Trump. Com Kamala Harris, a disputa promete ser mais acirrada. O republicano traz ao mercado as lembranças do seu governo anterior, marcado pela guerra comercial com a China, país que é o principal comprador de soja do mundo.
O câmbio segue com firmeza do dólar frente ao real, contribuindo muito para a melhoras nas condições do mercado interno de soja. A moeda norte-americana era cotada a R$ 5,6574 no fechamento de sexta.