O mercado brasileiro de soja manteve, nesta sexta-feira (5), o ritmo lento da semana. Os negócios são pontuais, com pouca oferta disponível.
Os preços caíram, com o recuo do dólar e da Bolsa de Chicago. No entanto, as indicações são nominais. Os produtores não demonstram interesse em negociar nesses patamares.
Veja os preços da saca de 60 kg
- Passo Fundo (RS): caiu de R$ 134 para R$ 133
- Região das Missões: baixou de R$ 132 para R$ 131
- Porto de Rio Grande: diminuiu de R$ 140 para R$ 139
- Cascavel (PR): decresceu de R$ 133 para R$ 131
- Porto de Paranaguá (PR): desvalorizou de R$ 141 para R$ 140
- Rondonópolis (MT): recuou de R$ 126 para R$ 125
- Dourados (MS): baixou de R$ 125 para R$ 124
- Rio Verde (GO): recuou de R$ 122 para R$ 121
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com preços mais baixos, acentuando a queda semanal.
Foi a terceira semana seguida de perdas, determinadas, principalmente, pela melhora no clima no Brasil. A demanda enfraquecida pelo produto norte-americano completou o cenário negativo.
Com o retorno das chuvas e a previsão de mais precipitações, o sentimento no mercado é de que as perdas no centro-norte do Brasil estariam estancadas, o que resultaria ainda em uma grande oferta na América do Sul.
Produção brasileira
Safras divulgou hoje sua nova estimativa, contabilizando as perdas em decorrência do clima. A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 151,356 milhões de toneladas, com
retração de 4,1% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas.
Em 8 de dezembro, data da estimativa anterior, a projeção era de 158,23 milhões de toneladas. A redução sobre a previsão anterior é de 4,34%.
Mas a perda de oferta do Brasil é compensanda pelas perspectivas positivas para os demais países sul-americanos, principalmente na Argentina.
A safra argentina deverá ter um incremento de 30 milhões de toneladas na disponibilidade, após a forte quebra do ano passado, quando mais da metade da produção foi prejudicada pela estiagem.
Diante do avanço da safra sul-americana, os compradores vão deslocando seu interesse dos Estados Unidos para o Brasil, onde os preços são mais competitivos neste momento. O resultado é uma perda de demanda nos Estados Unidos, pesando ainda mais sobre as cotações.
Exportações de soja dos EUA
As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2023/24, com início em 1º de setembro, ficaram em 201.600 toneladas na semana encerrada em 28 de dezembro.
Para a temporada 2024/25, foram mais 600 toneladas. Analistas esperavam exportações entre 300 mil e 1,150 milhão de toneladas, somando-se as duas temporadas.
Para a próxima semana, os agentes dividirão suas atenções entre o clima no Brasil e o relatório de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na sexta.
O foco do relatório, no entanto, deverá estar voltado para um provável corte na estimativa do USDA para a safra brasileira.
Contratos futuros
Os contratos da soja em grão com entrega em março fecharam com baixa de 12,25 centavos ou 0,88% a US$ 12,56 1/4 por bushel. A posição maio teve cotação de US$ 12,64 1/4 por bushel, com perda de 12,25 centavos ou 0,95%.
Nos subprodutos, a posição março do farelo fechou com baixa de US$ 6,80 ou 1,80% a US$ 369,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em março fecharam a 47,63 centavos de dólar, com baixa de 0,53 centavo ou 1,10%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,71%, sendo negociado a R$ 4,8714 para venda e a R$ 4,8894 para compra.
Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,8606 e a máxima de R$ 4,9391. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,4% ante o real.