Em uma série especial de três entrevistas com os principais analistas de mercado do agronegócio brasileiro, o telejornal Rural Notícias, do Canal Rural, se propôs a responder a uma pergunta: os preços da soja vão melhorar no curto e médio prazo?
O primeiro a participar foi o analista da Cogo Assessoria em Agronegócio, Carlos Cogo. De acordo com ele, apesar da quebra de safra em algumas regiões por conta do clima, principalmente em Mato Grosso e no Paraná, ainda se espera que o Brasil registre a segunda maior temporada de soja da história.
Soma-se a isso a Argentina, cuja produção tende a superar as 50 milhões de toneladas, volume recorde. “Mesmo que, no pior dos cenários, a safra brasileira seja de 140 milhões de toneladas, o efeito disso no mercado, nessa conjuntura, seria extremamente limitado”.
Para ele, o mais provável é que a soja caminhe para menos de US$ 11 por bushel. Contudo, a notícia positiva é que a procura global por soja não deve diminuir.
Veja a entrevista completa com Carlos Cogo:
“A soja não está abaixo da média”
O segundo convidado da série de entrevistas veiculadas no Rural Notícias foi o analista da consultoria Safras & Mercado Paulo Molinari.
De acordo com ele, após três anos atípicos, o preço da soja está voltando ao patamar normal e o produtor precisa se adaptar a essa nova realidade.
“A média normal do preço da soja é entre US$ 10 e US$ 9 por bushel na Bolsa de Chicago, mas, às vezes, aqui no Brasil, nós esquecemos, ou não queremos lembrar, dessa realidade. Se temos US$ 12, US$ 11,50, devemos considerar que estamos acima da média”.
Assista a entrevista na íntegra:
Oferta e demanda
O mercado de soja está passando por um momento de turbulência, com os preços em queda devido à oferta abundante e à desaceleração da demanda global.
Essa é a visão do sócio-diretor da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo, o último convidado da série de entrevistas promovida pelo Rural Notícias.
O especialista apresentou o cenário do ponto de vista da demanda mundial de soja, que aponta para um crescimento de quase 5% nesta safra em relação ao ciclo anterior.
No contexto da temporada 23/24, que se encerra no final de agosto deste ano, o USDA prevê um aumento significativo na demanda mundial de soja, de 4,96%, equivalente a 18 milhões de toneladas. Esta projeção contrasta com o crescimento modesto de apenas um milhão de toneladas registrado na temporada anterior”, diz.
Apesar do aumento da demanda mundial, a oferta é gigantesca, conta Marcos Araújo. “Os estoques globais de soja estão no segundo maior nível da história. Além da queda nos preços da soja nas bolsas internacionais, os prêmios nos portos também despencaram nos últimos anos”, explica.
Confira a análise na íntegra: