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PANORAMA

Produção de soja reduzida e vendas abaixo da média histórica marcaram a semana

Relatório de Safras & Mercado fez projeções climáticas para a produção da oleaginosa no país, indicando possibilidade de novos cortes

Monte de soja em grão formando mapa do Brasil. Sobre ele, três notas de 50 reais. Ao redor, moedas de diversos valores
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

O clima irregular, principalmente a falta de chuvas em Mato Grosso, preocupa e fez a consultoria Safras & Mercado revisar para baixo a sua previsão para a produção brasileira de soja em 2023/24.

Ainda assim, a temporada deverá ser a maior da história, mas a questão climática segue no radar. A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 158,23 milhões de toneladas, com elevação de 0,3% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas.

Em 24 de novembro, data da estimativa anterior, a projeção era de 161,38 milhões de toneladas. Desta forma, a redução sobre a previsão do último relatório é de 1,95%.

Aumento de área, diminuição de produtividade

Safras indica aumento de 1,9% na área, estimada em 45,55 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare (59,1 sacas) para 3.491 quilos (58,1 sacas) .

“Foi feito um ajuste negativo na produtividade média esperada para o estado de Mato Grosso, onde temos os maiores problemas derivados da irregularidade climática nesta temporada. Nossa pesquisa confirmou que existem problemas importantes em algumas microrregiões, embora também haja o registro de um bom desenvolvimento em outras microrregiões do estado”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez Roque.

Roque alerta que há incerteza com relação ao verdadeiro potencial produtivo das lavouras em nível estadual, e apenas o início da colheita revelará a realidade.

“De qualquer forma, até o momento entendemos que a produtividade média deve ser inferior à registrada nas últimas temporadas, mas o clima no restante do mês de dezembro pode impedir que as perdas aumentem, levando também a uma possível recuperação de alguns talhões”.

O analista lembra que a safra brasileira ainda depende do clima, principalmente nas regiões Sul, Norte e Nordeste.

“Se o clima não melhorar, podemos ver perdas maiores, mas se melhorar, alguns estados podem surpreender, compensando parte das perdas esperadas para o Mato Grosso. Tal indefinição ainda pode permitir o registro de uma safra recorde no país”, conclui.

Comercialização da soja

Foto: Pixabay

A comercialização da safra 2022/23 de soja do Brasil envolve 92,7% da produção projetada, conforme relatório de Safras & Mercado, com dados recolhidos até 8 de dezembro. No relatório anterior, com dados de 3 de novembro, o número era de 89,5%.

Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 92,6%. A média de cinco anos para o período é de 95,9%. Levando-se em conta uma safra estimada em 157,83 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 146,23 milhões de toneladas.

Vendas antecipadas

Considerando uma safra de 158,23 milhões de toneladas, Safras projeta uma comercialização antecipada de 27%, envolvendo 42,67 milhões de toneladas.

Em igual período do ano passado, a comercialização antecipada era de 23,6% e a média para o período é de 37%.

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