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Soja Brasil

Produtor paulista foca na soja, muda estratégia e não compra sementes de milho

Segundo ele, a ideia é plantar toda a soja com a umidade mais adequada para somente então pensar na segunda safra

Assim como o tempo seco e a falta de chuvas estão atrasando o plantio de soja no Sul e Centro-Oeste do país, a mesma situação também vem sendo notada no sudoeste de São Paulo. Em itapeva, por exemplo, um produtor cancelou a compra de sementes de milho pela primeira vez, pois acredita que não conseguirá plantar a segunda safra.

Faz mais de um mês que o produtor Claudinei Jussiane está esperando uma chuva significativa para plantar soja em sua área de 2,5 mil hectares, que fica em itapeva. Até agora, conseguiu lançar a semente em menos de 20% do total, com um pouco de água que caiu no fim de setembro.

“A gente plantou um pouco com essas poucas chuvas que tem dado aí, mas as plantas estão sofrendo com as altas temperaturas. A evaporação acontece muito rápido”, diz ele.

Na fazenda, é fácil verificar que até o crescimento das mudas é irregular e varia de acordo com a umidade do solo.

“Se não chover logo, teremos uma perda. E aí vamos ter que fazer um replantio dessas áreas. Vai atrasar tudo ainda mais”, diz Claudinei Jussiane.

Tarde para o cultivo da soja, mas também para fazer a segunda safra, já que se o clima não ajudar ela poderá ser instalada só em março.

“A grande dificuldade é que teríamos dois processos. Um que seria a seca que vai afetar a produtividade, e a outra é que na nossa região temos geada mais para frente. Se tiver um processo de geada compromete toda a produção. E aqui o risco é grande”, diz o engenheiro agrônomo Robson dos Santos.

No ano passado, aconteceu a mesma coisa. o plantio da soja na propriedade do Claudinei atrasou e só foi finalizado no dia 15 de novembro. Isso prejudicou muito o milho segunda safra. Foi preciso mudar a estratégia. Em 70% da área, saiu o milho e entrou o trigo o que comprometeu a rentabilidade. Sem falar na perda do dinheiro investido nas sementes.

“Isso representa em percentual um prejuízo de aproximadamente uns 35% a 40%
de prejuízo. Nós temos aí áreas de 200 sacas por hectare de milho. Então a produção é boa”, diz o presidente do Sindicato Rural de Itapeva, Nestor De Oliveira.

Nesta safra, ele decidiu adotar uma estratégia inédita, enquanto não plantar toda a soja, não comprará a semente do milho.

“Claro que corro o risco de não achar a variedade que gosto, mas aí troca a variedade. Melhor o risco de não achar a semente do que comprar e não estar dentro da janela de plantar. Daí o prejuízo aí é maior”, diz o produtor.

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