O Fórum Soja Brasil Cotricampo aconteceu nesta quinta-feira (23), em Campo Novo, Rio Grande do Sul. A estiagem que assola o estado centralizou as discussões. Nesta linha, foi lembrado que a Embrapa Soja prepara uma cultivar resiliente ao estresse hídrico por meio da seleção gênica.
Além dessa medida, outras ações de suporte à oleaginosa em safras penalizadas pela seca foram destacadas, como o investimento em culturas de inverno. “A ciência demonstra que a intensificação do uso da terra com plantas, combinando gramíneas e leguminosas, estrutura melhor o solo para reservação de água, reduzindo os riscos de quebra de safra”, diz o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski.
Segundo ele, tal técnica está em linha com a produção sustentável que alimentará o mundo nas próximas décadas. “O sistema trigo-soja no Rio Grande do Sul é descarbonizante, fixando 1.850 quilos de CO2 equivalente por hectare em avaliação feita pela Universidade Federal de Santa Maria e pela Embrapa Trigo”, conta.
Efeitos do La Niña na soja
Falando do cultivo de soja em terra gaúcha, o analista da consultoria Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, ressaltou que os efeitos do fenômeno climático La Niña serão, provavelmente, menores no atual ciclo.
“Nesta temporada, os problemas estão mais centralizados no Rio Grande do Sul, enquanto os demais estados estão colhendo bem. Em 2021/22, tivemos quebra de safra por aqui de cerca de 40% e o Paraná e Santa Catarina também sofreram bastante. Para esta safra, estamos projetando quebra de, aproximadamente, quatro milhões de toneladas no Rio Grande do Sul”, conta.
Segundo ele, na pior das hipóteses, a produção do estado sofrerá um déficit de até 25% em seu potencial produtivo. A consultoria divulgará em breve o seu novo relatório de estimativa de safra brasileira, ainda apontando um ciclo recorde de, aproximadamente, 150 milhões de toneladas.
Confira o evebto na íntegra: