Com condições climáticas favoráveis e um índice de chuvas adequado, a safra de soja 2024/2025 no Brasil apresenta um cenário otimista. As projeções da Agroconsult indicam uma produção superior a 172,2 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação à temporada anterior.
Essa previsão representa um crescimento de mais de 16 milhões de toneladas, o que reflete o bom desenvolvimento das lavouras nas principais regiões produtoras do país. Contudo, apesar do panorama favorável, o manejo de doenças e pragas segue como um fator crucial para garantir altos índices de produtividade.
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Prevenção de doenças e fungos
Com o aumento da umidade esperado para o final de 2024, o controle de doenças fúngicas se torna essencial para evitar perdas na lavoura. Sérgio Zambon, gerente sênior de desenvolvimento de produtos da BASF, destaca a importância do monitoramento constante da lavoura e das condições climáticas para a aplicação preventiva de fungicidas.
Para ele, “quando há períodos de chuva, é fundamental aproveitar as janelas sem chuva para realizar as aplicações preventivas. Se a doença se instalar, o controle se torna muito mais difícil e o custo para combatê-la é significativamente maior”.
Zambon explica que o ideal é realizar as primeiras aplicações de fungicidas antes do fechamento da soja, quando as entrelinhas ainda são visíveis, permitindo o acesso aos produtos nas folhas mais baixas. À medida que a soja se desenvolve, novas aplicações devem ser feitas para proteger as folhas novas e evitar a instalação de doenças. “Prevenir é sempre mais barato e eficaz do que tentar remediar a situação depois que as doenças já se instalaram”, afirma o especialista.
Monitoramento da soja e cuidados
Além de monitorar a lavoura, é essencial que os produtores acompanhem as condições climáticas e o ambiente ao redor. Zambon ressalta que, com o aumento das chuvas, as doenças tendem a se proliferar mais rapidamente. “Em 2024, já houve detecção de ferrugem asiática no sudoeste de São Paulo, o que indica que os esporos estão no ar e podem se espalhar rapidamente, caso não haja controle preventivo.”
Em relação às pragas, Zambon observa que a umidade e o sistema de cultivo impactam diretamente na biologia das pragas. Em regiões como a Bahia, onde o cultivo é intensivo durante todo o ano, a disponibilidade constante de alimentos permite que as pragas se multipliquem continuamente, tornando o controle mais desafiador. “Na Bahia, o sistema intensivo de cultivo favorece a proliferação de pragas ao longo do ano. Isso torna o monitoramento e controle ainda mais importantes”, explica.
Fases críticas da soja e tecnologia
Zambon também destaca que a soja é mais suscetível a doenças durante sua fase reprodutiva. No entanto, ele alerta que as doenças podem começar a se desenvolver desde o momento do plantio. “O controle deve ser iniciado logo nas primeiras semanas após a semeadura. Quanto mais cedo as doenças forem identificadas, mais fácil será o controle”, afirma o especialista.
Outro ponto importante para o sucesso no manejo das lavouras é a tecnologia de aplicação. Zambon enfatiza a necessidade de cuidados como o volume de calda, o tamanho das gotas e o momento da aplicação. “Esses fatores são essenciais para garantir que o produto atinja as áreas corretas da planta. O uso de adjuvantes também pode ser uma boa estratégia, principalmente durante períodos chuvosos, pois eles ajudam na penetração do produto e na sua permanência nas folhas”, destaca.