A safra 2023/24 de soja será de 135 milhões de toneladas, na visão da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil).
A estimativa foi oficialmente divulgada nesta segunda-feira após a coleta de dados de 15 Aprosojas estaduais.
“Os números estão bem abaixo do que tem sido divulgado por instituições e empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior”, aponta a entidade.
O 4º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de janeiro, projetou a atual temporada em 155,2 milhões de toneladas.
Adversidades climáticas
Os dados divulgados pela Associação levam em consideração o estresse hídrico a que foram submetidos os estados do Centro-Oeste, bem como o excesso de chuvas em áreas desses mesmos lugares, o que dificultou o trabalho de colheita dos grãos e levou prejuízos ainda maiores aos produtores.
“Também há relatos contundentes de produtores do sul do país, principalmente no estado do Paraná, que sofreram com o excesso de chuvas no início do plantio e agora enfrentam a falta da chuva nas áreas em que a soja está na fase reprodutiva, o que compromete a produtividade das lavouras. Em razão de toda essa instabilidade, a Aprosoja Brasil projeta um número ainda mais baixo, caso o clima não se altere”, diz a nota da entidade.
De acordo com os diretores da Aprosoja Brasil, a divulgação no mercado de dados sobre a safra que não condizem com a realidade tem provocado uma tendência de baixa nos preços.
“Os produtores, além de terem redução de produtividade, têm que lidar com preços incompatíveis com a realidade, trazendo prejuízo aos sojicultores e às regiões produtoras”.
Recomendação aos produtores de soja
Diante deste quadro, a entidade recomenda aos produtores “extrema cautela e a readequação dos negócios diante desta dura realidade”.
A Aprosoja ainda solicita aos parceiros comerciais que financiam a safra que demonstrem o “valor da parceria diante da eventual capacidade dos produtores de honrar todos os compromissos programados”.