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AGROEXPORT

Se a China não comprar mais soja dos EUA, Brasil pode suprir a demanda?

Artigo publicado na Bolsa de Chicago sugere que o país asiático tende a não comprar mais o grão norte-americano

A China pode deixar de comprar soja dos Estados Unidos e abastecer-se, apenas, do produto brasileiro a partir de 2025. É o que sugere um artigo publicado produzido pela consultoria AgResource e publicada no portal do CME Group, empresa que administra a Bolsa de Mercadorias de Chicago. No entato, isso é realmente factível?

O diretor do Canal Rural Sul, Giovani Ferreira, lembra que o país asiático já é o grande parceiro comercial do Brasil quando o assunto é o grão.

exportação de soja - Agroexport
Artes: Canal Rural

Em 2015, por exemplo, no período de janeiro a maio, 75,3% de toda a soja nacional vendida era comprada pelos orientais. Em um recorte de dez anos, essa participação atingiu o pico nos prmeiros cinco meses de 2018, quando 82,3% da oleaginosa produzida aqui foi enviada para lá. Já em 2024, a China respondeu pela aquisição de 73,7% da commodity brasileira no período.

Brasil e a demanda chinesa por soja

Na safra 22/23, o Brasil produziu 154,6 milhões de toneladas de soja, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Foram exportadas 101,8 milhões de toneladas do grão, sendo que 74,4 milhões foram embarcadas rumo ao gigante asiático.

“Dos Estados Unidos, a estimativa é que a China compre dos Estados Unidos em torno de 20 a 25 milhões de toneladas do grão. […] para compensar a oferta dos norte-americanos, o Brasil teria de exportar quase 100 milhões de toneladas apenas para a China. Hoje, tecnicamente, isso não é possível”, considera Ferreira.

O diretor lembra que o Brasil possui uma demanda interna crescente pela soja, como para a produção de biodiesel, responsável por quase 20 milhões de toneladas do consumo. “O setor de esmagamento de soja também demanda uma parte importante dessa produção”.

“Mas é interessante para o Brasil aumentar o volume de exportação de soja para a China? Não, pois isso significaria aumentar a dependência que já é extrema, exacerbada, do mercado chinês, quando o nosso maior objetivo deve ser o de diversificar mercados”, opina Ferreira.

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