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Semana de alta ou baixa? Saiba o que esperar do mercado da soja

Plantio finalizado nos Estados Unidos e relatório do USDA direcionam ações dos investidores. Veja o que está por vir

vagens soja grão
Foto: Luiz Henrique Magnante/Embrapa

O mercado da soja continua sendo pautado pelo clima nos Estados Unidos. O plantio foi tecnicamente finalizado por lá. A respeito da área semeada, o último relatório do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA), surpreendeu.

Esse e outros elementos importantes devem mexer com os preços nesta semana que se inicia. Veja a análise da plataforma Grão Direto:

  • Safra norte-americana: o clima segue favorável para as lavouras norte-americanas de soja. Contudo, as condições se deterioraram devido a fortes chuvas em algumas regiões produtoras e forte calor em outras. São condições mescladas que atingem a cultura em estágio sensível, na sua fase inicial. Para esta semana, a previsão é de clima com temperatura mais amena e chuvas mais regulares no cinturão agrícola, o que significa melhora das lavouras.
  • Relação de troca apertada: o preço do MAP segue com alta de 30% em relação ao ano passado. Em complemento, os fosfatados possuem espaço para mais altas devido à baixa oferta, resultado de fracas importações no Brasil, conforme análise da Grão Direto. “Sabendo que os preços da soja para a nova safra estão 15% menores em relação ao ano passado, a margem para relação de troca do produtor está cada vez mais apertada, resultando na baixa comercialização. Esse volume de soja represado – a ser comercializado – pode afetar de forma negativa os prêmios locais até a entrada da nova safra”, diz a nota da plataforma.
  • Redução da área plantada: o relatório de área plantada (Acreage Report) divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na última sexta-feira, 28 de junho, indicou uma redução de 410 mil acres (165,9 mil hectares) na área destinada à soja, contrariando a expectativa do mercado que projetava um aumento de 653 mil acres (264,2 mil hectares), em média. Essa redução inesperada abre espaço para maior volatilidade nos preços em Chicago, com tendência de queda. Embora a área ainda seja quase 3 milhões de acres (1,2 milhão de hectares) maior do que na safra anterior, uma perspectiva de boas condições climáticas pode amplificar as quedas nos preços futuros. No entanto, devido à expansão da área plantada, não se espera o mesmo potencial para altas.

“Só veremos aumentos significativos nos preços em Chicago se ocorrerem condições climáticas extremamente desfavoráveis à evolução das lavouras”, diz a nota da Grão Direto.

Assim, os indicadores corroboram para uma evolução pessimista dos preços, diante dos fatores apresentados. Com isso, a tendência aponta para mais uma semana de patamares negativos da soja em Chicago.