PREÇOS

Soja: clima e câmbio impactam o mercado interno

Alta nos preços da soja é impulsionada pelo clima seco no Brasil e pelas condições das lavouras dos EUA

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Foto: Agência Marca Studio Criativo

Nas últimas duas semanas, o mercado da soja em Chicago ganhou força. A alta nos preços foi impulsionada, principalmente, por fatores climáticos e pelo câmbio, que têm impacto direto no mercado interno. A previsão de clima seco em setembro, especialmente nas regiões centrais do Brasil, gera especulações, uma vez que o atraso das chuvas pode adiar o início do plantio.

A semeadura, que já deveria estar em andamento no Paraná, continua suspensa por falta de previsão de chuvas. Sem as condições climáticas adequadas, as máquinas permanecem paradas e os produtores demoram para entrar em campo, aumentando a incerteza no mercado e pressionando os preços para cima.

“Além do clima no Brasil, o cenário nos Estados Unidos também contribuiu para a alta. Embora a colheita norte-americana esteja prestes a começar, as lavouras pioraram levemente na última semana, ainda que não estejam em condições críticas”, afirma Luiz Fernando Gutierrez, consultor da Safras & Mercado.

Gutierrez destaca que o mercado, que já se encontrava sobrevendido, aproveitou esse momento de incerteza para ajustar os preços. Apesar da recuperação, ele alerta que o movimento ainda não é definitivo e que outros fatores podem influenciar a tendência dos próximos meses.

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Câmbio

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Foto: Pixabay/montagem

Outro fator importante foi o câmbio, que voltou a trabalhar em torno de R$ 5,70 ao longo de agosto, favorecendo o preço da soja no mercado interno. Além disso, os prêmios também se mantêm firmes, reflexo de uma oferta mais restrita no Brasil nesta temporada, especialmente nos últimos meses do ano.

“Esse recente movimento de alta deve ser aproveitado pelo produtor, especialmente para a nova safra. Se as chuvas chegarem no final de setembro ou início de outubro, a chance de uma safra recorde no Brasil e na Argentina é alta, o que pode elevar a produção global, aumentar os estoques e pressionar os preços para baixo”, comenta Luiz Fernando.

Tendência para 2025

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Foto: Guilherme Soares/Canal Rural BA

A tendência para o primeiro trimestre de 2025 é de preços mais baixos, caso uma safra robusta seja colhida na América do Sul. No curto prazo, pode haver movimentos especulativos, mas a perspectiva macroeconômica é mais negativa para os preços no longo prazo. Assim, o produtor deve ficar atento e aproveitar os momentos de alta no mercado atual.