O escoamento da produção agrícola, principalmente a de soja, passa diretamente pela capacidade logística brasileira. Nesse sentido, a cabotagem, que é o transporte entre os portos do mesmo país, é uma importante solução. O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura (SNPTA), Diogo Piloni, afirma que a intensificação dessa modalidade é uma das prioridades da pasta.
“Temos trabalhado com afinco para que tenhamos a intensificação da utilização da cabotagem no Brasil, que já cresce a mais de dois dígitos nos últimos dez anos. Ainda assim, entendemos que há espaço para um crescimento muito maior do que este. Tendo em vista esta confiança, temos o projeto BR do Mar, que já está maduro no Congresso Nacional, com expectativa de que haja votação no Senado muito em breve. Assim, podemos ter a efetivação do novo marco regulatório para o setor de cabotagem no país até o final do ano”, afirma.
Gestão de portos
De acordo com o secretário, finalizar os investimentos, principalmente privados, para a melhoria da eficiência das operações portuárias também segue no radar. “Estamos passando por um momento extremamente desafiador do ponto de vista econômico com a pandemia, mas tivemos em 2020 um aumento de movimentação portuária de Norte a Sul do país de mais de 4%. Isso tem sido seguido no primeiro semestre de 2021 com um aumento de movimentação de mais de 9%, de acordo com os dados fechados do primeiro semestre”, conta.
Para ele, os portos de Santos e de Paranaguá são exemplos de boa administração do setor portuário brasileiro. “Para que se tenha ideia, o Porto de Santos, que é o maior do Brasil, já foi deficitário e hoje, em anos sucessivos (2019-2020) foi um porto superavitário e é importante mencionar isso porque com esse superávit é possível dedicar recursos para a realização de investimentos na melhoria de infraestrutura desses portos”, considera.
O secretário também afirma que há um portfólio de quase 25 bilhões em investimentos previstos para o Porto de Santos nos próximos cinco anos. “Temos licitações de terminais importantes que serão realizados ao longo de 2021 e 2022, inclusive o grande terminal de grãos de 15 milhões de toneladas para movimentação de grãos”, conta. Quanto ao porto de Paranaguá, Piloni afirma que serão quase 12 milhões de toneladas de capacidade geradas nos leilões que serão realizadas até o final de 2022.
Segundo ele, o Brasil deve fechar 2021 com 13 leilões de arrendamentos, com a próxima rodada agendada para a próxima sexta-feira (19), voltada a três terminais de granéis líquidos.