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Soja Brasil

Soja: produtividade de estados brasileiros faz safra ser revista para cima

Consultoria sobe projeção para a temporada nacional. Enquanto isso, resultados da Argentina devem ser ainda menores do que os previstos

A semana foi marcada pela atualização nas projeções para a safra de soja do Brasil e da Argentina em 2022/23 pela consultoria Safras & Mercado. As indicações para os dois países não poderiam ser mais diferentes.

Enquanto no Brasil, com o avanço da colheita, os produtores vão revisando para cima o potencial produtivo, na Argentina só se contabilizam prejuízos. Na comparação com o ano passado, os sojicultores do país vizinho deverão colher pouco mais da metade do que foi obtido em 2021/22.

Já a produção brasileira deverá totalizar 155,08 milhões de toneladas, com elevação de 20,7% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 128,5 milhões de toneladas. Se confirmada, de longe será a maior safra da história do país – e do mundo.

Em março, quando foi divulgado o relatório anterior, a projeção era de 152,43 milhões de toneladas. A elevação sobre a estimativa anterior é de 1,74%.

Aumentos de área e produtividade

Safras & Mercado indica aumento de 4,1% na área, estimada em 44,07 milhões de hectares. Em 2021/22, o plantio ocupou 42,34 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.050 quilos por hectare (50,8 sacas) para 3.537 quilos (58,9 sacas).

Foram feitos ajustes nas produtividades médias esperadas para diversos estados do país. Entretanto, no Sul, houve redução no rendimento médio esperado para o Rio Grande do Sul devido ao clima irregular que atinge o estado desde o plantio.

“Apesar disso, é importante destacar que a situação do estado gaúcho, nesta temporada, não é tão grave como a registrada na safra passada, com algumas microrregiões devendo registrar boas produtividades, o que ajuda a compensar parte das perdas de regiões mais afetadas pela estiagem”, explica o analista e consultor da Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

Já no Centro-Oeste e no Sudeste, a maior parte dos estados teve ajustes positivos nas produtividades médias. “O avanço da colheita tem confirmado um grande potencial produtivo nas lavouras da faixa central do país, superando as expectativas iniciais. O destaque fica com o estado de Mato Grosso, que pela primeira vez deve superar a marca de 60 sacas por hectare na média estadual”, acrescenta o analista.

Nas regiões Norte e Nordeste, os ajustes nas produtividades médias foram pequenos, tanto positivos quanto negativos, não trazendo alterações relevantes.

Safra argentina de soja

argentina
Foto: Pixabay

A estimativa de produção de soja na Argentina para a safra 2022/23 foi novamente ajustada. Agora, são projetadas 24,8 milhões de toneladas em relação à previsão anterior, divulgada em março, quando ficou em 31,4 milhões de toneladas, o que significa um corte de 6,6 milhões de toneladas.

Na temporada anterior, a produção havia sido de 43 milhões de toneladas. Com as novas informações, o corte apresenta queda de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em relação à área plantada, a safra 2022/23 cobriu 16,305 milhões de hectares, mantendo-se praticamente estável em relação ao espaço semeado na temporada 2021/22. Já a área colhida para a safra 2022/23 teve um novo ajuste de 13,643 milhões de hectares, ante os 15,156 milhões de hectares estimados em março.

“Novas perdas na área colhida foram registradas porque as lavouras não progrediram em seu desenvolvimento e não conseguiram florescer ou obter vagens para iniciar o enchimento de grãos”, disse Bruno Todone, analista da Safras & Mercado.

A área mais afetada continua sendo a região dos Pampas com rendimentos que apresentam uma queda muito forte em relação ao histórico.

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