Com a comercialização da atual safra de soja praticamente consolidada e ofertas de preços tentadoras disponíveis, agricultores piauienses comemoram o bom momento da soja vendendo quase metade da produção 2021/2022 antecipadamente. A estratégia do setor é aproveitar a alta dos preços para garantir os custos de produção.
Nesta safra, as colheitadeiras entraram em campo mais cedo na fazenda Chapada do Céu, em Sebastião Leal, no Piauí, os primeiros talhões apresentaram rendimentos bem diversificados.
“Essa primeira etapa de colheita vamos ter 4 mil hectares para retirar. Tivemos um veranico muito forte este ano, a soja recuperou, mas ela abortou muita vagem. Então vamos ter soja de 20 até 65 sacos por hectares nesses primeiros 700 hectares colhidos. E, na segunda etapa de plantio, vamos ter uns 2.500 hectares para colher com soja normal acima de 60 sacas por hectare, talvez alguns talhões acima de 70”, diz o produtor Paulo Dalto Neto.
Se na produtividade os números finais ainda são incertos, na comercialização da safra os preços e o câmbio, favoráveis, não deixam dúvidas. Este é o melhor ano da soja no estado! De olho nas oportunidades, o agricultor não só negociou antecipadamente 60% da produção, que está começando colher agora, como também já garantiu parte dos insumos do próximo ano.
“Começamos a fechar contratos em janeiro de 2020 e fomos até abril. Com isso, fechamos 50% da nossa produtividade no preço máximo de R$ 92. Hoje, o preço está em 160, vai ser muito triste a gente entregar soja, vendo isso. O mercado está muito bom, conseguimos travar nossos custos já. Tivemos um ano um pouco fora da realidade, com os melhores preços em dólar dos últimos cinco anos, então conseguimos fechar todo o adubo da safra 2021/2022”, diz Neto.
De acordo com a Aprosoja-PI, o estado já negociou cerca de 80% da safra de soja 2020/2021 e aproximadamente 40% da safra 2021/2022, que será colhida só no próximo ano.
“Esse é um número bastante expressivo. Os bons preços fizeram com que os produtores se antecipassem. O produtor piauiense é muito seguro, que faz a conta e amarra os seus custos. Não fica a mercê do mercado, desprotegido. Então, se enxergamos um momento de oportunidade, travamos nossos custos e, agora, estamos colhendo nossos frutos”, diz o presidente da entidade, Alzir Pimentel Neto.
Os irmãos Pieta, da Fazenda União, no município de Currais (PI) também comemoram a valorização do grão. Atentos ao mercado, negociaram antecipadamente 70% da produção 2020/2021 e, agora, aguardam com boas expectativas novas oportunidades para o restante dos 7.800 hectares cultivados nesta safra.
“Estamos com uma expectativa boa de conseguir preços bons aqui dentro do mercado interno, comparando com o ano passado dá para se dizer que dá para ter uma lavoura e meia por causa do preço. Com a mesma quantidade de soja do ano passado, a gente tem 50% a mais de dinheiro no bolso”, diz o agricultor Ivo Pieta.