Como elevar o desempenho das lavouras de soja cultivadas em solos arenosos? Essa questão de interesse do produtor busca ser respondida pelo Centro de Tecnologias da Aprosoja em Campo Novo do Parecis (CTECNO), no oeste de Mato Grosso.
O local conta com uma área experimental de 88 hectares e abriu as portas no início desta semana (17 e 18) para autoridades da região, técnicos agrônomos, estudantes e produtores rurais. De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, o objetivo é estudar qual o tipo de cobertura, de manejo e de adubação é melhor neste perfil de solo.
“Quando se tem a pesquisa fazendo isso de forma independente, o produtor ganha tempo porque ele já parte usando tecnologias que já foram testadas e o que melhor se adapta a cada condição de solo, de clima e de região”, explica.
O agricultor Antenor Utida é um exemplo de quem conseguiu aumentar os níveis de produtividade de soja em terrenos mais arenosos. Nesta safra 2021/22, cultivou 6.300 hectares de soja. De acordo com ele, os diferentes tipos de manejo em perfis distintos foram trazidos pela pesquisa e informação. “Se a chuva colaborar e vier em época certa, em termos de produtividade [o cultivo em solo arenoso] não deixa nada a desejar [em comparação a solo de outro perfil]”. Segundo ele, com as técnicas aprendidas, é possível igualar a média produtiva do restante da fazenda, de 60 sacas por hectare.
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Na safra 21/22, foram semeados 110 cultivares de soja no campo experimental do CTECNO em duas épocas diferentes e separadas em duas vitrines tecnológicas, uma parte em área com teor mais elevado de argila e a outra em texturas mais arenosas.
“Conforme a sequência de culturas que nós temos após cinco anos, temos a chance de produzir 50, 60, 70, 80 sacas de soja com mesmo sol, mesma chuva, mesma máquina, mesmo insumo, só mudando a sequência de culturas e convivendo e minimizando os problemas”, salienta o pesquisador da LZ Pesquisas e Raízes, Leandro Zancanaro.
Custos de produção
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, Bruno Giacometti, os custos de produção tendem a ser outra questão importante englobada na missão do CTECNO. “Estamos tendo uma alta significativa nos custos dos insumos. Para os próximos anos isso será um grande problema que pode até inviabilizar a produção de soja em algumas áreas e novas pesquisas e novas tecnologias vão fazer que seja potencializado o uso desses insumos, então conseguiremos fazer mais usando menos”, considera.
