O mercado brasileiro de soja permaneceu paralisado nesta terça-feira (13), com os preços em queda, refletindo a influência negativa tanto da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) quanto do dólar. Os produtores, por sua vez, se mantêm afastados das negociações, buscando valores mais elevados do que os ofertados no mercado.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
Nas últimas duas semanas, os preços da soja registraram quedas significativas. No dia 30 de julho, a saca era cotada a R$ 138 nos portos de Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR). Hoje, as cotações seguem em declínio em diversas regiões:
- Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 125 para R$ 123.
- Na região das Missões (RS), a cotação recuou de R$ 124 para R$ 122.
- No Porto de Rio Grande (RS), o preço desvalorizou de R$ 132 para R$ 129.
- Em Cascavel (PR), a saca diminuiu de R$ 123 para R$ 120.
- No porto de Paranaguá (PR), o preço baixou de R$ 131 para R$ 127.
- Em Rondonópolis (MT), a saca passou de R$ 122 para R$ 120.
- Em Dourados (MS), o preço caiu de R$ 119 para R$ 118.
- Em Rio Verde (GO), a saca recuou de R$ 118 para R$ 117.
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira em forte baixa, alcançando o menor nível desde setembro de 2020.
O mercado segue pressionado pela previsão de ampla oferta nos Estados Unidos e pelo clima favorável nas regiões produtoras, conforme indicado pelo relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O relatório USDA indicou que a safra norte-americana de soja deverá atingir 4,589 bilhões de bushels em 2024/25, equivalente a 124,9 milhões de toneladas, superando a expectativa do mercado, que previa 4,469 bilhões de bushels (121,6 milhões de toneladas). A produtividade foi estimada em 53,2 bushels por acre, também acima das projeções anteriores.
Além disso, os estoques finais de soja nos Estados Unidos foram projetados em 560 milhões de bushels (15,24 milhões de toneladas), enquanto o mercado esperava 472 milhões de bushels (12,85 milhões de toneladas).
A safra mundial de soja para 2024/25 foi projetada em 428,73 milhões de toneladas, acima da previsão de 421,85 milhões de julho. Os estoques finais globais para 2024/25 foram estimados em 134,3 milhões de toneladas, superando a expectativa de 127,6 milhões de toneladas.
Impacto nos preços
O complexo soja liderou as perdas na CBOT. Analistas indicam que os preços podem retornar aos níveis anteriores à pandemia, semelhantes ao período da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Atualmente, o contrato mais ativo de soja está em torno de US$ 9,65 por bushel, com a posição de setembro fechando a US$ 9,47 1/4 por bushel, uma queda de 2,27%.
Nos subprodutos, o farelo de soja para dezembro fechou com baixa de 1,77%, a US$ 299,20 por tonelada. O óleo de soja, com vencimento em dezembro, caiu 3,40%, fechando a 39,09 centavos de dólar por libra-peso.