Dois importantes relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) têm o poder de definir os preços, demanda, oferta e expectativas para o complexo soja.
Confira a avaliação da plataforma Grão Direto a respeito desse cenário:
Relatório USDA
O relatório de estoques trimestrais divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fornece estimativas sobre os estoques de grãos, abrangendo tanto as reservas em fazendas quanto aquelas fora delas – incluindo estoques comerciais, nos portos ou em trânsito.
Sua divulgação ocorre no último dia de cada trimestre e desempenha um papel fundamental na análise do World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE) nos EUA, onde o USDA utiliza os estoques de grãos de setembro como referenciais finais da temporada.
O relatório trimestral mais significativo geralmente é o de março, pois revela os estoques existentes para a segunda metade da temporada, além de sua relação com os estoques restantes.
“Para o próximo relatório, agendado para o dia 28 de março, espera-se um aumento significativo nos estoques nas fazendas devido ao baixo ritmo de vendas por parte dos produtores norte-americanos”, avalia a Grão Direto.
Próxima safra de soja
Esta semana, o destaque também vai para o lançamento do relatório de intenção de plantio – publicação prevista para o final de março – que apresenta as primeiras projeções dos agricultores norte-americanos sobre as áreas que pretendem cultivar na próxima temporada.
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Após essa divulgação inicial, o Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas (NASS) conduzirá quatro revisões de área, conhecidas como relatórios de área cultivada. O mercado antecipa uma expansão na área plantada de soja, impulsionada pela atratividade financeira da oleaginosa em relação ao milho, demonstrada pela análise da ‘proteção de margem’, que compara os preços entre as duas commodities.
“No entanto, é importante ressaltar que esse cenário pode sofrer alterações devido a flutuações no clima, custos de produção e preços de mercado nos próximos meses, especialmente durante o período de abril e maio, marcado pelo início do plantio”, reitera a Grão Direto.
Importações chinesas
A demanda chinesa está retomando sua força nos mercados agrícolas. Os fundos têm aumentado suas posições vendidas na soja, em grande parte devido à desaceleração na demanda chinesa pelo grão.
“No entanto, com o ressurgimento dessa demanda, observa-se uma redução nessas posições vendidas, refletindo uma reação imediata ao crescimento da demanda. É importante notar, porém, que essa tendência de curto prazo não garante preços favoráveis no futuro próximo”, analisa a plataforma.
De acordo com a Grão Direto, outros fatores, como condições climáticas, oferta e demanda globais e políticas comerciais, continuam a influenciar a trajetória dos preços da soja nos próximos meses.
Assim, para a plataforma, a tendência é de mais uma semana negativa em Chicago, com impacto proporcional no preço da soja do mercado físico brasileiro, em função dos estoques.
