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CENÁRIO ECONÔMICO

Super safra brasileira e argentina de soja deve derrubar preços em 2024, diz analista

Mesmo com perdas no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste do Brasil por conta do El Niño, oferta do grão será recorde, diz Roque, da Safras

preço da soja, produt
Foto: Pixabay/montagem

O produtor de soja conviveu com a influência do La Niña por três safras seguidas . O fenômeno climático levou a sucessivas quebras de produção no Sul do país, principalmente no Rio Grande do Sul.

No entanto, a safra 2023/24 estará sob influência do El Niño que, tradicionalmente, inverte a situação, ou seja, leva mais chuva ao Centro-Sul e menos para Norte e Nordeste. No Centro-Oeste, as altas temperaturas e as precipitações irregulares já estão ocorrendo.

De acordo com o analista Luiz Fernando Gutierrez Roque, da consultoria Safras & Mercado, parceira do Projeto Soja Brasil, os mapas climáticos do momento mostram que a umidade chegará com força no Sul do país, sendo menos intensa no Sudeste.

“Essa condição deve trazer uma safra de soja bem melhor para o Rio Grande do Sul, mas o alerta fica realmente para a metade Norte do país. Mapas apontam para chuvas abaixo da média no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste. Goiás e Mato Grosso devem sofrer um pouco, principalmente em novembro e dezembro”.

Estimativa de produção

Por conta disso, Roque destaca que a consultoria vem, por enquanto, trabalhando com médias produtivas abaixo das registradas em 2022/23.

“Mesmo assim, trabalhando de forma conservadora, acreditamos que a safra brasileira tenha potencial recorde pelo aumento da área, que deve ser em torno de 2,5%. Assim, a tendência é de uma produção de 163 milhões de toneladas”.

Conforme o analista, mesmo em um cenário mais pessimista, com perdas de produção de soja no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, o Rio Grande do Sul deve colocar em torno de sete milhões a mais de toneladas do grão. “Então, dificilmente teremos uma produção menor do que a colhida neste ano. Pode não ser recorde, mas teremos ao menos uma safra parecida com a 2022/23”.

Preços da soja

Com a tendência de uma grande safra no Brasil e recuperação argentina, visto que o país vizinho deve produzir o dobro de soja que colheu em 2022/23, somando com uma temporada problemática dos Estados Unidos, deve haver ainda mais grãos disponíveis no mercado em 2024.

“Esse é um vetor negativo para preço, então, neste momento, trabalhamos com um cenário mais negativo, principalmente após a entrada da safra. Apenas uma grande mudança climática, com as perdas aumentando muito, para vermos uma diminuição na oferta de soja”.

As perspectivas de Mercado, com participação de Luiz Fernando Gutierrez Roque, estão entre os temas a serem debatidos na Abertura Nacional do Plantio da Soja – Safra 2023/24. O evento acontece no dia 29 deste mês, em Jaciara, sul de Mato Grosso, a partir das 9h (horário de Brasília). A ocasião contará com transmissão ao vivo pela TV, site e redes sociais do Canal Rural.

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