Diante da estiagem que atrasou o plantio e agora atrapalha a safra de soja em Mato Grosso, alguns produtores apostaram em uma técnica, na hora do plantio, que pode minimizar os prejuízos causados pela falta de água. A subsolagem permite um maior aprofundamento da raiz da soja, justamente facilitando a busca pela umidade.
Atrasos na germinação, perdas de plantas, replantio e estandes com soja em floração entre 30 e 40 centímetros, são algumas consequências da escassez hídrica. Na fazenda Estância da Mata, em São José do Rio Claro, Mato Grosso, mais da metade dos 1.080 hectares de soja já apresenta perdas de até 10% na futura produtividade.
“Estamos com uma soja que está com 51 dias de plantada. Já foi feita a primeira aplicação de fungicida e ainda não fechou rua, Se fosse um ano normal, já teria fechado, mas está entre 30% a 40% amarrada”, diz o produtor Levi Ribeiro.
A quebra de produtividade esperada só não deve ser maior, por dois motivos: aumento no volume de palhada na cobertura e a técnica de subsolagem, adotada pela primeira vez na propriedade.
“Aqui tirei um pé de soja puxando facilmente, sem auxílio de nada. As raízes estão enormes. Isso mostra o quanto o solo foi descompactado e está macio. A raiz tem mais de 30 centímetros e ainda quebrou bastante para baixo, essa é a diferença no desenvolvimento da planta na área subsolada”, diz Ribeiro.
Em outras regiões do estado, as chuvas voltaram a cair e amenizaram um pouco os impactos da seca nas lavouras de soja. Como a distribuição ainda é irregular, ameaça o futuro da safra. raiz
“A precipitação ainda não é parelha, é 20 milímetros em um lugar, 50 milímetros em outro. Hoje a gente não sabe realmente qual é o acumulado. Temos um balanço localizado em todo o estado, de áreas que choveram menos e, claro, terão problemas. Vemos nos grupos de mensagens as pessoas procurando sementes para fazer replantio e algumas até para ainda iniciar o plantio”, afirma o vice-presidente da Famato, Marcos da Rosa.