O Brasil deve colher 158,5 milhões de toneladas de soja na safra 2023/24, de acordo com estimativa da representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília.
A projeção representa queda de 2,16% ante a estimativa anterior, de outubro, de 162 milhões de toneladas, por causa das perspectivas climáticas desfavoráveis resultantes do fenômeno El Niño, especialmente nos estados do Centro-Oeste.
Contudo, o número estimado ainda é 2,26% maior do que o projetado para 2022/23, de 155 milhões de toneladas, com os rendimentos excepcionalmente altos em grande parte das áreas produtoras, disse o USDA.
Área e produtividade
O USDA em Brasília também reduziu ligeiramente a previsão da área plantada com a oleaginosa, de 45,4 milhões para 45,2 milhões de hectares.
Ainda assim, se confirmado, seria a maior área já destinada ao cultivo de soja, segundo a agência. Para a temporada passada, a projeção foi de 44 milhões de hectares.
Além disso, a estimativa de rendimentos para a safra 2023/24 é de 3.507 kg/ha (58,4 sacas), menor que a do ano anterior, mas 5% superior à média histórica das últimas cinco temporadas.
Exportação de soja
Além disso, o Brasil deve manter os níveis recordes de exportação, mesmo com as perspectivas desafiadoras para a produção em 2023/24, disse o USDA.
A agência reduziu ligeiramente sua projeção de embarques para a temporada, de 100,2 milhões para 100 milhões de toneladas. Isso deve ocorrer devido à colheita reduzida e à crescente demanda doméstica por produtos oleaginosos.
Entretanto, a projeção de um real mais fraco ante o dólar pode manter os embarques de soja do país competitivas ao longo de 2024, possibilitando um desempenho de exportação semelhante ao de 2022/23, segundo o relatório.
Para a temporada 2022/23, a estimativa de embarques foi aumentada para 102 milhões de toneladas, por causa da colheita recorde, da taxa de câmbio favorável e da demanda externa sólida, segundo a agência.
Durante 2022/23, entre fevereiro e novembro de 2023, o Brasil exportou 97,1 milhões de toneladas de soja, alta de mais de 30% em relação a igual período de 2021/22 (ou seja, fevereiro a novembro de 2022).
“Com os volumes adicionais de 3,9 milhões de toneladas em dezembro, o Brasil caminha para um desempenho recorde de exportação”, escreveu o USDA.
De acordo com o órgão, o esmagamento deverá totalizar 56,2 milhões de toneladas em 2023/24, recuo de 1,25% ante a previsão anterior, mas alta de 4% ante a estimativa para 2022/2023 (53,3 milhões de t).
A produção de farelo deve ser de 42 milhões de toneladas, enquanto a de óleo de soja deve ficar em 11 milhões de toneladas.