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Valor do arrendamento cai em quase todo o Brasil

Enquanto os preços médios caem em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, no Paraná existem produtores que chegam a pagar 30 sacas de soja por hectare.

Daniel Popov, de São Paulo

O valor de arrendamento está mais baixo em quase todo o país nesta temporada, aponta estudo da consultoria Informa Economics IEG / FNP. A perspectiva de uma margem de lucro apertada na safra 2016/2017, devido aos altos custos de produção e a previsão de preços baixos da oleaginosa, fez com que muito produtores repensassem a estratégia, diminuindo a demanda por este tipo de negócio. Com isso, no país, espera-se uma queda média de 1 a 2 sacas de soja de 60 quilos por hectare.

Os sojicultores brasileiros já sabem que terão margens mais apertadas nesta safra e fazer loucuras para produzir não está nos planos de nenhum deles. Para os donos da propriedade rural, a prioridade é aumentar a rentabilidade, para isso alguns travam preços desde já, outros fazem parcerias com a indústria de insumos e por aí vai. Já os arrendatários, além de fazer as contas acima, ainda precisam encontrar uma folga nos valores pagos para produzir na terra, caso contrário o prejuízo é certo. “Ao que parece o mercado está respondendo a esses problemas no campo. O preço do arrendamento caiu um pouco, tanto nos valores muito altos, quanto nas áreas mais problemáticas”, afirma Márcio Perin, analista de mercado da Informa.

A região Centro-Oeste registrou uma leve queda nos preços médios de 1 saca por hectare. Em Mato Grosso, principal estado produtor de soja, a queda foi de 1 a 2 sacas por hectare, ou seja, os valores para arrendar um hectare vão de 6 sacas de soja, nas áreas de risco, distantes dos polos exportadores, com infraestrutura ruim, estradas sem asfalto, solo pobre, ou áreas em desenvolvimento, para 14 sacas por hectare em áreas mais nobres e produtivas. “No ano passado, os valores chegavam a 16 sacas por hectare, coisa rara hoje em dia”, garante Perin.

Em Goiás, a perspectiva é a mesma que no estado vizinho, com queda de 1 a 2 sacas por hectare. Entretanto, o arrendamento é mais comum em áreas consolidadas, que no ano passado chegaram a 18 sacas por hectare e esse ano não devem passar de 16 sacas. Em áreas de expansão e menos produtivas o valor não se alterou e ficou na casa das 8 sacas por hectare.

Fechando a lista de estados do Centro-Oeste está Mato Grosso do Sul, que chega a registrar queda de 2 sacas por hectare. Nesta localidade, os valores médios inferiores e superiores têm uma diferença bastante grande de 7 a 17 sacas, devido a diversidade de áreas. “Nesse estado encontramos de tudo, desde áreas muito ruins, sem infraestrutura e logística ineficiente, até lavouras extremamente produtivas. Por isso essa diferença nos valores”, conta o executivo.

arrendamento

Em contrapartida a queda de preços do Centro-Oeste, está a região Sul, com demanda crescente por terras e produtividades de encher os olhos de qualquer um. Por lá, os valores estão de 1 a 2 sacas mais caros. No Rio Grande do Sul, os preços chegam a estar 1 saca mais alto, que no ano passado, variando entre 8 e 22 sacas por hectare. “Assim como em Mato Grosso do Sul os valores inferiores e superiores apresentam uma grande diferença devido as variações de terrenos, que é grande”, explica Perin.

O Paraná é o destaque, já que os valores superiores chegam a 24 sacas por hectare, em média, e os inferiores a 12 sacas. “Esse é um estado com produtividades excepcionais, por isso os valores são tão altos. Tem produtor que chega a pagar 30 sacas por lá, mas isso é loucura”, garante o analista da Informa. “O valor mais baixo é igual ou superior aos registrados no Maranhão e na Bahia, por exemplo”, reitera Perin ao comentar que na Bahia, os preços ficaram estáveis, de 8 a 12 sacas de soja por hectare e no Maranhão, os valores saíram de 7 a 10 sacas no ano passado, para 6 a 11 sacas neste ano.

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