Relembre o que aconteceu de mais importante no mercado da soja durante a semana e o que pode estar por vir na análise da plataforma Grão Direto.
Fatos da semana
Exportações norte-americanas: mesmo com demanda fraca, houve aumento das exportações de soja divulgados na última semana.
Cotações brasileiras: os preços da soja estão encontrando suporte nos prêmios de risco, o que levou a um movimento positivo do grão no mercado físico, mesmo com o dólar caindo mais forte do que Chicago subindo.
Safra argentina: a Bolsa de Cereales reduziu em 500 mil toneladas a previsão de produção da safra de soja no país. Uma correção pouco significativa, a princípio.
Inflação norte-americana: dados da inflação dos Estados Unidos mostraram recuo do indicador, aumentando apetite a risco do mercado na semana.
Em Chicago, o contrato de soja para julho de 2024 encerrou a semana a U$12,27 o bushel (+0,66%). No mercado físico brasileiro, movimentos positivos na maior parte das regiões foram notados. O dólar recuou mais de 1% na semana (-1,16%), cotado a R$ 5,10 no fechamento.
Em sentido oposto, o contrato com vencimento em março de 2025 recuou 0,33%, fechando a U$12,09 o bushel.
O que esperar do mercado da soja?
- Safra dos EUA: a janela de plantio do milho nos Estados Unidos está se fechando, enquanto a semeadura segue em ritmo inferior à média dos últimos cinco anos. Esse atraso, principalmente no norte do cinturão produtor, pode convergir para um aumento da área de soja nessas regiões, já que a oleaginosa tem uma janela mais extensa. Esse movimento já pode ser visto com os fundos de gestão aumentando as posições compradas em milho e reduzindo em soja. A janela de plantio do cereal se fecha no final de maio. Até lá, caso não avance de forma significativa, a ideia de maior área para a soja ganha força.
- Clima norte-americano: com a safra norte-americana evoluindo, o clima é fator determinante das expectativas de produção e produtividade em cada região. O monitor de seca U.S. Drought aponta para um solo mais úmido quando comparado à safra passada em função das recentes precipitações. A previsão segue sendo de chuvas para esta semana, conforme indicado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês). O risco de uma quebra de safra por estiagem no coração do cinturão fica cada vez mais distante, segurando o prêmio de risco sobre a commodity.
- Exportações brasileiras: no comparativo até 15 de maio, o Brasil exportou 1,1 milhões de toneladas a mais do que no ano passado, sugerindo conclusões contrárias. O que se viu na última semana foram produtores vendendo para honrar com as contas a vencer e concluir contratos futuros, assim como fechar novos contratos para antecipar capital financiador para a próxima safra. O ponto de atenção é quanto à qualidade da soja colhida, levantada entre produtores clientes da Grão Direto como um fator que prejudicou por descontos de padronização. Para a próxima semana, o ritmo de exportações da soja brasileira deve diminuir.
De acordo com a plataforma, nesta semana a soja pode ter movimento de correção, após subir nas semanas anteriores. Os fundamentos apontam para um mercado estável e beneficiado por fatores diversos no curto prazo.