Os produtores de soja dividem suas atenções com o início da colheita e os movimentos do mercado. A rentabilidade de uma lavoura problemática está em jogo.
Siga, abaixo, a análise da plataforma Grão Direto a respeito dos fatores que mais influenciarão os preços da oleaginosa no Brasil:
- Porcos da China: com a entrada da safra brasileira, os suinocultores chineses podem ajustar suas posições no mercado de forma menos agressiva devido à margem negativa, o que pode resultar em queda mais pronunciada nos preços da soja.
- Óleo de soja: mesmo com as tensões globais que dão fundamentos para que o petróleo suba, a commodity se mostrou estável entre US$76,00 e US$80,00. Algumas projeções colocam o preço justo do petróleo em US$71,00, o que acarretaria, por consequência, no recuo das cotações do óleo de soja.
- Farelo: as cotações do farelo de soja podem continuar recuando pela expectativa de uma forte safra de 52 milhões de toneladas na Argentina, principal exportadora de derivados de soja. Esse recuo é impulsionado pela política de redução de soja na formulação da ração, desencadeada pela margem negativa dos suinocultores no país.
- Novos ajustes: com a queda nos preços na CBOT após posição conservadora do USDA sobre o corte da safra brasileira, espera-se um ajuste para baixo na produção conforme a colheita for avançando.
- Tendência dos preços em Chicago: apesar de relatos de baixa produtividade em estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e alguns municípios de São Paulo, é importante não apostar todas as fichas em uma alta de preços, pois a oferta brasileira será compensada pelas safras argentinas e paraguaias. Diante disso, os produtores precisam monitorar de perto a dinâmica de preços regionais e adotar estratégias para mitigar os riscos e evitar exposição às quedas.
Diante dos fatos expostos, a Grão Direto acredita que é possível que a soja em Chicago tenha uma semana negativa, com mercado físico brasileiro seguindo a mesma direção.