O mercado brasileiro de soja registrou bons negócios nesta quinta-feira (15), apesar da queda em Chicago. Os preços oscilaram de forma mista no país. O dólar teve um dia praticamente estável.
Segundo analistas de Safras & Mercado, a indústria está mais agressiva, comprando maiores volumes. Os preços domésticos são mais atraentes do que os de exportação, levando em conta a paridade.
Confira os preços da saca
- Passo Fundo (RS): caiu de R$ 119 para R$ 116
- Região das Missões: baixou de R$ 118 para R$ 115,50
- Porto de Rio Grande: diminuiu de R$ 122 para R$ 121
- Cascavel (PR): permaneceu em R$ 109
- Porto de Paranaguá (PR): se manteve em R$ 118
- Rondonópolis (MT): estabilizou em R$ 101
- Dourados (MS): passou de R$ 101 para R$ 100
- Rio Verde (GO): seguiu em R$ 102
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços mais baixos.
A ampla oferta mundial da oleaginosa e sinais de fraca demanda nos Estados determinaram a retração das cotações, que seguem perto dos menores níveis desde dezembro de 2020.
Do lado da oferta, as chuvas melhoraram as condições das lavouras no Brasil e na Argentina. Além disso, os primeiros números do USDA para a próxima temporada nos Estados Unidos ficaram acima do esperado.
Já na demanda, exportações e esmagamento abaixo do esperado nos Estados Unidos adicionaram pressão sobre as cotações.
Cultivo na Argentina
As chuvas ocorridas sobre boa parte das lavouras de soja da Argentina na última semana melhoraram as condições hídricas e de cultivo.
Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a cultura está em período de definição de rendimentos, com algumas já tendo sofrido perdas no estande de planta, enquanto outras demonstrando melhora no desenvolvimento.
As lavouras se dividem entre boas (31%), médias (50%) e ruins (19%). Na semana passada, eram 31%, 47% e 22%, respectivamente. Em igual período do ano passado, 10%, 37% e 53%. O déficit hídrico atinge 27% da área, contra 40% na semana passada e 68% um ano atrás.
Área de soja nos Estados Unidos
A área a ser plantada com soja nos Estados Unidos em 2024 deverá ocupar 87,5 milhões de acres. A previsão foi feita durante a abertura do Fórum Anual do Departamento Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que se estende até amanhã, quando os quadros completos de oferta e demanda serão divulgados.
No ano passado, a área totalizou 83,6 milhões de acres. Para a produção, o mercado projeta safra passando de 4,165 bilhões de bushels para 4,505 bilhões. Os estoques de passagem deverão subir de 315 milhões para 435 milhões de bushels. Os números ficaram acima do esperado pelo mercado.
A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) informou que o esmagamento de soja atingiu 185,780 milhões de bushels em janeiro, ante 195,328 milhões no mês anterior. A expectativa do mercado era de 189,928 milhões. Em janeiro de 2023, foram 179 milhões de bushels.
As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2023/24, com início em 1º de setembro, ficaram em 353.800 toneladas na semana encerrada em 8 de fevereiro. Para a temporada 2024/25, foram mais 24 mil toneladas. Analistas esperavam exportações entre 250 mil e 825 mil toneladas, somando-se as duas temporadas.
Contratos futuros
Os contratos da soja em grão com entrega em março fecharam com baixa de 8,25 centavos de dólar, ou 0,70%, a US$ 11,62 1/4 por bushel. A posição maio teve cotação de US$ 11,66 por bushel, com perda de 10,25 centavos ou 0,87%.
Nos subprodutos, a posição março do farelo fechou com baixa de US$ 3,80 ou 1,10% a US$ 339,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em março fecharam a 46,00 centavos de dólar, com baixa de 0,35 centavo ou 75%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,07%, sendo negociado a R$ 4,9681 para venda e a R$ 4,9661 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9569 e a máxima de R$ 4,9829.