A evolução da colheita de soja dos Estados Unidos e o relatório trimestral do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA) foram fatores importantes durante a semana passada.
Confira a análise da plataforma Grão Direto sobre os principais pontos dos últimos sete dias e o que deve mexer com o mercado nesta semana:
- Colheita norte-americana: de acordo com o USDA, a colheita de soja norte-americana segue evoluindo, porém, ficou abaixo do esperado pelo mercado.
- Relatório trimestral do USDA: estoques de soja vieram acima do projetado. Porém, a expectativa de produção foi reduzida.
- Dólar em alta: o foco continuou nos juros e na proposta de orçamento para o próximo ano fiscal nos EUA, que ainda enfrenta impasses no congresso. A moeda teve uma valorização expressiva de 2,24%, ficando acima de R$5,00.
- Plantio brasileiro: de acordo com a Conab, o plantio segue avançando, mesmo com condições climáticas adversas. O estado do Paraná lidera o ranking, seguido pelo Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
- Contratos futuros: em Chicago, o contrato de soja para novembro/23 fechou mais uma semana no campo negativo, sendo cotado a U$ 12,75 o bushel (-1,54%). E o contrato com vencimento para março/24 encerrou a semana a U$ 13,10 (-1,06%). Acompanhando essa desvalorização, a soja brasileira recuou no mercado físico em relação à semana passada.
O que esperar do mercado de soja?
- Semana de feriado na China: o feriado conhecido como “Semana Dourada” deve resultar em uma queda no ritmo de compras chinesa durante toda semana.
- Evolução do plantio no Brasil: em outubro, as operações de plantio da safra verão geralmente atingem seu ponto mais alto nas principais regiões produtoras do país. Com o término do vazio sanitário no último dia 30 nos estados de Minas Gerais, Bahia e Tocantins, o plantio deverá iniciar, principalmente, em área irrigada.
- Clima brasileiro: de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsões de chuvas significativas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. No entanto, essas chuvas estão previstas para ocorrer em conjunto com temperaturas elevadas, o que pode gerar cautela para o início e a evolução do plantio brasileiro.
- Lavouras norte-americanas: o USDA poderá trazer uma leve piora na qualidade das lavouras. No entanto, isso não deve afetar o mercado. Isso porque as atenções estão direcionadas para a colheita, que seguirá avançando, exercendo uma influência significativa sobre as cotações de Chicago. O mês de outubro será marcado pela aceleração da colheita, caso o clima seja favorável.
- Dólar: cenário externo deverá ditar o ritmo de oscilação do dólar nesta semana. Após a divulgação de dados econômicos que mostraram uma inflação mais estabilizada, poderá ser interpretada como fator positivo pelo mercado. Diante desse cenário, o dólar poderá ter uma semana de queda no Brasil.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar mais uma semana negativa, com o mercado físico brasileiro seguindo a mesma tendência.