Os produtores de soja do Rio Grandes do Sul estão com quase tudo preparado para o plantio da safra de soja 2020/2021. Alguns já irão semear as novas lavouras a partir do dia 10, outros ainda estão concluindo o controle das ervas daninhas.
No município de Três de Maio, no noroeste do Rio Grande do Sul, a propriedade de Leandro Bao entrou na fase do pré-plantio, uma etapa importante que determina a produtividade da soja, assim como a qualidade do produto. Por isso, é fundamental seguir todas as etapas antes da semeadura para garantir o sucesso da lavoura.
“Aqui, fizemos a calagem e a dessecação das plantas daninhas. Iremos plantar soja aqui ali pelo dia 25 de outubro. As previsões do tempo são ótimas para esses dias e nos dias seguintes também. Esperamos que seja uma boa safra e podemos colher ótimos resultados”, diz Bao.
Em Passo Fundo, no norte do Estado, Juliano Manfroi está fazendo a dessecação pré-plantio e vai fazer o escalonamento de variedades de ciclos diferentes para evitar prejuízos com o clima, que trouxe muitos problemas no ano anterior. Os 1.070 hectares não devem ser semeados com economia de recursos, garante.
“O início do plantio recomendado aqui para nós é do dia 10 de outubro em diante. Estamos fazendo um bom investimento para obtermos uma boa produtividade. Os preços da soja, hoje, se encontram em um nível alto e com isso poderemos ter uma boa remuneração para recuperar os prejuízos que ocorreram na safra anterior”, diz Manfroi.
Boa parte do estado já está em fase final de preparação para a nova safra de soja e o otimismo está presente em cada relato.
“Estou em uma propriedade, no município de Capão do Cipó, Rio Grande do Sul, propriedade que teremos o cultivo da soja, em torno de 1700 hectares, sendo que a partir do dia 10 de outubro , começa o plantio desta área”, diz o engenheiro agrônomo e consultor técnico 3 Tentos Diego Leandro Matte.
O clima segue no radar dos produtores, ainda mais após a confirmação do fenômeno La Niña, que diminuiu as chuvas no estado.
“Embora tenhamos já uma previsão, de média a longo prazo, indicando uma possível neutralidade ou a até mesmo La Niña, nós sempre orientamos nosso produtor para que não se apegue essas previsões e, que faça sua parte, prepare um bom investimento tecnológico para garantir a produtividade da cultura, independente da condição climática que está por vir”, afirma o coordenador técnico da Cotrijal, Alexandre Doneda.
A expectativa no Rio Grande do Sul é quebrar o recorde de plantio, conforme estimativa da Emater.
“É uma variação de 1,55% , em relação à área cultivada, na safra 2019/2020, que foi de 5,981 milhões de hectares. É a primeira vez que o Estado rompe a barreira dos 6 milhões de hectares cultivados com a cultura. Estimamos também uma produção superior a 18 milhões de toneladas. É quase 69% superior à produção que tivemos na safra 2019/2020 que foi severamente afetada pelas estiagens que assolaram o estado”, diz o gerente de planejamento da Emater-RS, Rogério Mazzardo.