O município de Campo Novo, na região noroeste do Rio Grande do Sul, foi uma das poucas regiões produtoras de soja que não foram afetadas pela forte estiagem, afirma o Sindicato Rural local. Mas os produtores ainda contam com a chuva para garantir a produtividade da safra.
A cada 15 dias, os produtores de soja de Campo Novo se reúnem no Sindicato Rural, para falar como está indo a safra na região. Os últimos encontros foram marcados por boas notícias. Por lá a expectativa é que os 12 mil hectares plantados devem produzir no total 36 mil toneladas do grão. O montante representa uma queda de 15% em relação a 2019, nada ruim para um ano de seca.
“Estamos muito bem se comparados a outros municípios do estado, que não colheram nada. Nós temos que pensar que aqui está bom, não como como queríamos, mas está bom”, afirma João Geraldo Bosa, presidente do Sindicato Rural.
A soja é a principal cultura do município, sendo que 70% dos produtores trabalham com o milho na primeira safra e a soja na 2ª. Isso por conta do clima, no inverno, baixam as temperaturas e o volume de chuva aumenta.
A equipe do Soja Brasil visitou a propriedade do produtor Ivo Angelo de Fava, que espera alta produtividade. Na área plantada na segunda quinzena de janeiro, a expectativa é colher 67 sacas por hectare, 20% a mais do que na safra anterior.
“As chuvas vieram na época certa, então a expectativa é boa, se tivermos chuvas. Temos uma expectativa muito boa de uma safra produtiva este ano para a safrinha”, afirma Fava.
Na propriedade de outro produtor, Antônio Salanti, a lavoura deve produzir 60 sacas de soja por hectare, dentro do esperado. As aplicações de defensivos agrícolas estão em dia e agora só falta a chuva chegar para evitar problemas.
“Por enquanto está tudo bem. Temos feito o manejo e o controle de invasoras, juntamente com inseticidas e fungicidas. Está tudo tranquilo, por enquanto”, diz.
Essa situação, mais favorável aqui no município de Campo Novo é bem atípica do restante do estado. Em algumas regiões a estiagem durou mais de 70 dias, de acordo com a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), até agora a perda na produtividade já está em 15% e se a chuva demorar para chegar, o estrago pode ser ainda pior.
“Na região central, onde estamos inseridos, tiveram bastante problema. Aqueles produtores que plantaram mais no tardio, tiveram até problemas de emergência. Algumas lavouras, inclusive, não conseguiram nem terminar o plantio, visto que em determinados municípios foram mais de 70 dias sem chuva, o que prejudicou o estabelecimento da cultura”, diz o vice-presidente da entidade, Hamilton Jardim.