Estimativas do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), ligado ao Ministério da Economia, mostram que o PIB agropecuário de 2020 deve ser até 4,1% maior ante o de 2019. De acordo com a análise dos economistas, soja, café e pecuária serão os principais responsáveis por esse crescimento. Quem está em contato direto com o produtor, concorda com o otimismo.
A lavoura de soja alta e cheia não deixa dúvidas e, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), neste ano o Brasil deve ter uma safra recorde, com mais de 123 milhões de toneladas do grão. Resultado positivo que se reflete nas projeções do PIB do agronegócio.
“A expectativa é que nós teremos uma safra cheia. O mercado internacional, apesar deste acordo de primeira fase entre os EUA e China, é cético de que os asiáticos cumprirão o acordo, em detrimento da soja brasileira. Então nós temos um panorama positivo, por enquanto. Temos contra nós o problema do coronavírus e o câmbio que está flutuando, mas neste momento nos favorece”, diz Fabrício Rosa, diretor da Aprosoja Brasil.
Quem também está otimista é o setor de milho. Apesar de o Ipea, com base em dados da Conab, indicar uma queda de 2,3% na produtividade do grão, a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) acredita em crescimento.
“Estamos com uma safra excepcional, que deve compensar a diferença do Rio Grande do Sul e até crescer um pouco. O problema principal é que em algumas regiões o plantio realmente atrasou e a nossa expectativa é que essa segunda safra possamos colher mais do que se colheu no ano passado, principalmente estimulada pelo preço”, diz o presidente da Abramilho, Alysson Paulinelli.