Os meses de novembro e dezembro não vieram com as chuvas esperadas para as áreas de soja do Matopiba, tanto que a condição atual da região é de um nível grave de seca. O resultado é um grande atraso no plantio da região. Todos os quatro estados ainda tem áreas para semear. Para ajudar os produtores a editora de Tempo do Canal Rural, Pryscilla Paiva, fez uma previsão estendida para janeiro fevereiro e março para todos os estados!
Seca grave
Segundo o Monitor de Secas, projeto coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a condição atual da região é de um nível grave de seca.
“A situação no oeste da Bahia é complicada desde o início, esperávamos chuvas regulares em novembro, que é o normal e até agora não normalizou. Tivemos alguns períodos de chuvas, mas nada que nos desse tranquilidade. Isso está nos preocupando pois tem gente que ainda não conseguiu terminar de plantar”, diz o presidente da Aprosoja Bahia, Allan Juliani.
Maranhão
Houve a expansão da seca fraca em direção ao oeste devido às anomalias negativas de chuva e ao combinado de curto prazo. Houve também a expansão da área de seca moderada para o sul e sudeste do estado.
“Este agravamento da intensidade da seca com base no combinado de curto prazo, subsidiou o surgimento de uma área de seca grave no leste Maranhense, que se expandiu em direção à faixa central do Piauí. Os impactos de curto e longo prazo se expandiram seguindo a área de seca moderada”, diz o Monitor de Secas.
Piauí
Houve a expansão da área de seca moderada para o norte do estado. O agravamento da intensidade da seca com base no combinado de curto prazo, subsidiou a expansão da área de seca grave no sudoeste e sudeste piauiense, assim como o surgimento de uma área de seca grave na faixa central, que se estende do leste do Maranhão até o oeste do Ceará.
“Não houve modificações nos impactos, permanecendo de curto e longo prazo no centro-sul do Piauí, e apenas de curto prazo em sua porção centro-norte.”
Tocantins
Houve a expansão da seca moderada (S1) em direção ao norte do estado baseado no SPI de curto prazo, SPEI de longo prazo e nos combinados de curto e longo prazo. Na área da seca moderada (S1) os impactos são de curto e longo prazo, enquanto os demais trechos permaneceram com curto prazo
Bahia
Os indicadores de curto prazo refletem um atraso no início do período chuvoso do centro-sul e oeste da Bahia, o que contribuiu para um aumento da seca nesta faixa. Assim, houve uma expansão da seca grave no oeste baiano e em parte do sudeste. A região norte do estado ainda mostra condição de seca extrema, embora com uma leve redução na área, enquanto na faixa central do estado ainda predomina seca grave.
Plantio atrasado
Por lá o plantio segue atrasado em relação ao ano passado em todos os estados, exceto no Tocantins. Na Bahia e no Piauí as lavouras em estado vegetativo estão se desenvolvendo mesmo com a baixa umidade no solo, mas muitas áreas ainda precisam de umidade para germinar.
“Os índices de água disponível no solo estão bastante ruins. Na Bahia boa parte do estado está com apenas 10% de umidade no solo, o mesmo acontece no Piauí, apenas no Maranhão esse índice sobe um pouco, ali na parte central e sul, para 50%, enquanto no norte do estado a umidade segue em 10%. O ideal para desenvolvimento das lavouras é de 60% de umidade disponível”, diz Pryscilla Paiva,
Quando as chuvas chegam?
Segundo a editora de Tempo, existe de fato uma perspectiva de aumento das chuvas para a região a partir do Natal, mas isso pode mudar conforme o passar dos dias. “Isso já está acontecendo, na verdade. Tanto que no início da semana estimava-se mais de 80 mm de água, e nas últimas 24 horas isso caiu para 50 mm. Ou seja, vai chover no Natal, mas com volumes abaixo do esperado”, diz Pryscilla.
Janeiro, fevereiro e março
Em janeiro as chuvas mais abundantes acontecem no sudoeste da Bahia, Tocantins e sul do Maranhão. Já no restante da região são esperados durante todo o mês entre 100 e 150 mm acumulados, afirma Pryscilla.
“Falar que as chuvas serão acima do normal parece um exagero, já que a perspectiva é de apenas 10 mm acima. Para recuperar a falta de água em dezembro, seria necessário muito mais chuvas do que as previstas”, comenta.
Em Barreiras, no oeste da Bahia, em janeiro serão 20 dias com chuvas, acumulando 228 mm, grande parte prevista para acontecer nos primeiros 15 dias. Para fevereiro já estão esperados 300 mm de chuvas, o dobro da média normal para o mês. E em março serão mais de 400 mm, apontam as previsões até o momento.
Em Balsas (MA) as perspectivas para janeiro são ainda melhores, com chuvas regulares divididas em 26 dias, gerando um volume acumulado de 207 mm. “Mas como dezembro não foi chuvoso, essas instabilidades não serão capazes de trazer todo o potencial produtivo de volta. Mas ajuda. Em fevereiro a região receberá pelo menos 300 mm, e em março outros 260 mm”, diz a editora de Tempo.
Em Porto Nacional (TO) estão previstos 26 dias com chuvas, com acumulados que podem superar a casa dos 304 mm em janeiro. Em fevereiro serão mais 300 mm, também bem acima do esperado para o mês e em março pode chegar a 450 mm acumulados.
Gilbués (PI), terá 20 dias com chuvas em janeiros, acumulando 194 mm. Única região com acumulados abaixo do normal. Só que em fevereiro deve chover mais de 400 milímetros na região e outros 390 mm em março.