Em Uberaba, apenas seis empresas têm estrutura completa para fazer o georreferenciamento, averbação da reserva e licenciamento ambiental. Os prazos para um trabalho completo estão passando de dois anos devido à alta demanda e à burocracia nos órgãos públicos. Os técnicos estão seguindo à risca o que manda a nova legislação ambiental, mas existe o risco de fazer todo o trabalho de novo.
– A preocupação deles é que, no futuro, alguém possa mexer na lei e eles fiquem reféns e voltem à estaca zero. Mas eles estão trabalhando dentro da lei, daquilo que dá proteção hoje para eles – explica o agrimensor Juarez Camargos.
A Promotoria Pública de Meio Ambiente da região de Uberaba não aceita que os produtores utilizem a nova lei ambiental, e os termos de ajustes de conduta ainda estão baseados na lei de 1965, já revogada. As multas variam entre R$ 500,00 e R$ 1 mil por dia e estão correndo desde outubro do ano passado.
– Isso que estamos vivendo é um absurdo, é o Ministério Público que está achando que tem poder demais, e precisa respeitar o cidadão. Se ele não concorda com a lei, que vá ao Congresso, ao Senado, à presidente da República e peça para mudar a lei novamente, mas não use o cidadão de bem, que está trabalhando para poder resolver um problema que é ideológico desse promotor da região de Uberaba – afirma o presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Romeu Borges de Araújo Júnior.