Pronaf financia 30% dos tratores no Brasil em 2011, diz Banco do Brasil

Segundo vice-presidente de agronegócios da instituição, foram liberados R$ 668 milhões para compra destes veículos na safra passadaNo ano passado, 30% dos tratores comercializados no mercado interno contaram com financiamentos das linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos. A informação foi divulgada nesta segunda, dia 9, pelo vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias. O banco informou que na safra passada foram liberados R$ 2,9 bilhões no Pronaf Mais Alimentos, sendo R$ 1,2 bilhão para a pecuária leiteira (máquinas, equipamentos e matrizes);

O dirigente também destacou o aumento dos recursos destinados ao financiamento da classe média rural, por meio das linhas de crédito do Pronamp, que saltaram para R$ 6 bilhões, com um crescimento de 37% em relação à safra passada. A meta para a próxima safra é de liberação de R$ 7,2 bilhões.

As liberações de recursos para investimento no campo por meio do Pronamp passaram de R$ 1,2 bilhão na safra 2010/2011 para R$ 2 bilhões na safra passada. O Banco do Brasil responde por 76% dos repasses do Pronamp.

O BB também conseguiu deslanchar os financiamentos das linhas do Programa de Agricultura de Baixo Carbono, que fecharam o ano agrícola com R$ 1,2 bilhão em recursos liberados, valor 43% acima da meta inicial, que era de R$ 850 milhões. A meta para a próxima safra é de liberação de R$ 1,5 bilhão.

Na safra passada foram fechados 3,5 mil contratos, principalmente em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, que representaram 73% dos recursos. A principal atividade financiada foi a recuperação de pastagens, que responde por 50% do total, seguida de recuperação de áreas degradas (24%) e implantação de florestas (16%).

O banco também destacou o aumento de 31% nas liberações de recursos para antecipação da compra de insumos, que somaram R$ 3,6 bilhões. As operações destinaram-se principalmente ao custeio de soja, milho e arroz. Osmar Dias calcula que a antecipação da compra dos insumos permitiu aos agricultores uma redução de 10% no custo de produção, pois tiveram melhores condições de negociar preços junto aos fornecedores.

Ao justificar o apoio do governo à agricultura familiar, inclusive com o lançamento da versão rural do Programa Minha Casa Minha Vida, Osmar Dias comentou que uma família no campo custa ao governo federal US$ 2,4 mil por ano, e no caso da ida para os centros urbanos o custo aumentaria para US$ 8 mil.

O Banco do Brasil pretende financiar cem mil habitações (construção e reforma) no campo até 2014, em complemento à atuação da Caixa Econômica Federal. O programa prevê subsídio de 96% dos financiamentos até R$ 15 mil para agricultores familiares e trabalhadores rurais, com prestação de 1% do valor do saldo do dever e quatro anos para pagar.