Proposta de reforma na União Europeia não prevê corte de subsídio agrícola

Conjunto de sugestões coloca questões ambientais no centro da discussão e redistribui gastos com o setor agrário entre países do blocoA Comissão Europeia divulgou nesta quinta, dia 18, suas propostas para a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia (UE). Porém, mesmo em tempos de austeridade fiscal, o documento não prevê redução no total de subsídios agrícolas concedidos aos produtores do bloco, que oscila entre 55 bilhões e 60 bilhões de euros (US$ 74,8 bilhões a US$ 81,6 bilhões). O conjunto de sugestões coloca as questões ambientais no centro da discussão e redistribui os gastos com o setor agrário entre os

A reforma do sistema de pagamento de subsídios tem sido muito debatida pelos integrantes da UE, cujas finanças foram fortemente abaladas pela crise dos últimos dois anos. A redução dos subsídios tem sido uma prioridade para países como o Reino Unido, que querem redirecionar esse dinheiro para a criação de empregos e para o estímulo a outros setores da economia. Mas este é apenas o primeiro estágio do processo que, por último, necessitará da aprovação do Parlamento Europeu.

? Meio ambiente, mudanças climáticas e inovação devem ser os temas que guiarão a política agrícola mais do que nunca ? diz o documento divulgado pela Comissão.

A Comissão também propôs a imposição de limites sobre os pagamentos realizados aos grandes produtores, para melhorar a distribuição de recursos entre os agricultores em geral.

Parte dos subsídios pode ser condicionado à mitigação de impactos ambientais, enquanto outros poderão ser uniformes em um país ou região, como parte de movimento que procura dissociar pagamentos da produção, disse a Comissão Europeia.

As propostas divulgadas nesta quinta devem formar a base legislativa da reforma da PAC, que tem que ser finalizada em julho de 2011 para ter efeito a partir de 2014. Na teoria, a PAC é um conjunto de programas desenhados para dar aos produtores rurais meios razoáveis de sobrevivência e, aos consumidores, produtos de qualidade a preços justos. O sistema, contudo, sempre atraiu muita crítica externa porque suas medidas são consideradas protecionistas e acusadas de reduzir a competitividade dos alimentos produzidos pelas nações mais pobres. Há algum tempo, até mesmo países integrantes da UE, como a Suécia, têm criticado a PAC e defendido sua extinção.