– O açúcar é um preço internacional com variáveis que fogem ao alcance de um programa como este. O preço do etanol tem mais a ver com mercado doméstico – afirmou Milanez.
– O programa tem muito mais potência para mexer na variável preço do etanol, que é endógena, do mercado doméstico, do que potência para mexer no preço do açúcar – frisou o chefe do departamento de Biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo Cavalcanti.
Atualmente, a capacidade ociosa das usinas voltadas para produção de açúcar é muito menor do que as ligadas à produção de etanol.
– A capacidade ociosa das destilarias atualmente é superior a 30% – acrescentou Cavalcanti.
Com orçamento de R$ 4 bilhões, o programa deve financiar a renovação e/ou ampliação de mais de 1 milhão de hectares de cana-de-açúcar. Este cálculo foi feito pelo BNDES levando em conta os recursos do novo programa e o custo de produção médio em um canavial, de R$ 4,5 mil por hectare. Cavalcanti comentou que a ideia por trás do programa é a percepção do banco da necessidade de suprir, com urgência, a crescente demanda por matéria-prima das usinas.
Cavalcanti lembrou que a frota de carros flex cresce, no país, em torno de 10% ao ano. A procura por etanol no mercado doméstico sobe na mesma magnitude. Na análise do executivo, as taxas de crescimento da demanda pelo combustível sustentarão o interesse pelo programa, que pode ser renovado, a depender da procura. A vigência do BNDES Prorenova vai até 31 de dezembro deste ano.